Cuiabá, 18 de Setembro de 2024

BRASIL Sexta-feira, 23 de Agosto de 2024, 09:39 - A | A

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Lula terá de definir o dia em que dirá não reconhecer reeleição de Maduro

G1

Depois de o Tribunal Supremo de Justiça da Venezuela ter anunciado que Nicolás Maduro foi o vencedor das eleições, sem a divulgação das atas eleitorais, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) terá de responder.

Lula, agora, precisa apenas definir a data em que vai anunciar oficialmente o que já está acertado nos bastidores: que não irá reconhecer a vitória de Nicolás Maduro.

Lula, contudo, não quer fazer isso sozinho e está discutindo com o presidente da Colômbia, Gustavo Petro, uma posição conjunta.

A Venezuela de Nicolás Maduro não deixou muito espaço para Lula e Petro tomarem outra posição.

Além do anúncio do Tribunal Supremo, o governo venezuelano deixou claro que não vai divulgar as atas eleitorais.

As atas foram reivindicadas por Brasil, Colômbia, Estados Unidos, Canadá e países europeus, para tomarem um posicionamento oficial sobre a eleição.

Gerou ainda mais irritação no governo brasileiro o fato de o presidente da Assembleia Nacional, Jorge Rodríguez, ter dito que a Venezuela seguiu os mesmos passos do processo eleitoral brasileiro.

Em pronunciamento, após divulgação da decisão do tribunal, Rodríguez debochou do assessor internacional de Lula, e mandou um recado para ele: “ouviu, Celso Amorim”.

A diferença é que, no Brasil, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) divulga todos os resultados e documentos. E, na Venezuela, tanto o Tribunal Supremo como o Conselho Nacional Eleitoral são controlados por Maduro.

A dúvida no Brasil é sobre a reação de Nicolás Maduro a uma nota conjunta, Brasil e Colômbia, não reconhecendo sua vitória.

O governo brasileiro não pretende romper relações diplomáticas nem comerciais com a Venezuela, que faz fronteira com o Brasil e vende energia para Roraima.

Um dos receios do Brasil é com um aumento da saída de venezuelanos em direção ao território brasileiro.

Maduro pode expulsar a embaixadora brasileira na Venezuela, Glivânia Oliveira, seguindo os mesmos passos de Daniel Ortega, na Nicarágua.

Nesse caso, o Brasil não fecharia sua embaixada no país vizinho e manteria o encarregado de negócios à frente da sua representação na Venezuela.

Isso até que novas negociações possam levar a uma normalização no relacionamento entre os dois países.

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