O dólar abriu o pregão em alta nesta segunda-feira (16), aguardando divulgações econômicas importantes desta semana, que todo o mercado ficará de olho.
Entre os indicadores do dia, destaque para o boletim Focus desta segunda-feira. Analistas do mercado financeiro ouvidos pelo Banco Central passaram a traçar estimativas de juros maiores nos próximos anos, além de uma inflação mais alta em 2024 e 2025.
Além da ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) na terça-feira, espera-se também a reunião do Federal Reserve (Fed, o banco central dos EUA) para definição das novas taxas de juros americanas.
No cenário doméstico, investidores continuaram a monitorar o noticiário, em meio às preocupações com a desidratação do pacote fiscal do governo no Congresso Nacional.
Dólar
Às 9h20, o dólar operava em alta de 0,84%, cotado a R$ 6,0855. Na máxima, chegou a R$ 6,0860. Veja mais cotações.
Na sexta-feira, a moeda norte-americana subiu 0,43%, cotado a R$ 6,0347.
Com o resultado, acumulou:
queda de 0,60% na semana
alta de 0,57% no mês;
avanço de 24,36% no ano.
Ibovespa
O Ibovespa opera apenas depois das 10h.
Na sexta, o índice caiu 1,13%, aos 124.612 pontos.
Com o resultado, acumulou:
queda de 1,06% na semana;
perda de 0,84% no mês;
recuo de 7,13% no ano.
O que está mexendo com os mercados?
O boletim Focus é a sondagem semanal do Banco Central a mais de 100 instituições financeiras, para saber o que pensam dos números da economia.
Para este ano, a projeção do mercado para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) avançou de 4,84% para 4,89% da semana passada para essa. Com isso, segue acima do teto da meta de inflação para este ano, que é de 4,50%.
A meta central de inflação é de 3% neste ano – e será considerada formalmente cumprida se o índice oscilar entre 1,5% e 4,5% neste ano. Segundo analistas, o aumento de gastos públicos é um fator que tem pesado para o aumento das projeções de inflação.
Para 2025, a estimativa de inflação subiu novamente na semana passada, avançando de 4,59% para 4,60%, também acima do teto de 4,50%. Para 2026, a expectativa permaneceu em 4%.
Os economistas do mercado financeiro também passaram a prever um aumento maior da taxa básica de juros da economia brasileira nos próximos anos. Na semana passada, o BC elevou os juros pela terceira vez, para 12,25% ao ano e indicou que deve subir a taxa novamente no começo de 2025.
Para o fechamento de 2025, a projeção do mercado para o juro básico da economia subiu de 13,5% para 14% ao ano. Para o fim de 2026, o mercado financeiro elevou a projeção de 11% para 11,25% ao ano.
Para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) em 2024, a projeção do mercado subiu de 3,39% para 3,42%. Já para 2025, a previsão de alta do PIB do mercado financeiro subiu de 2% para 2,01%.
No exterior, o foco ficou com a divulgação de novos indicadores econômicos nos Estados Unidos e na Europa.
Os futuros dos principais índices de Wall Street subiam nesta segunda-feira, com os investidores à espera de um corte na taxa de juros pelo Federal Reserve nesta semana, bem como a divulgação de dados que darãos as pistas de quais serão os passos do BC americano no ano que vem.
O chamado "gráfico de pontos" das previsões do Fed podem confirmar as apostas do mercado de que o Fed será mais contido com o ritmo de cortes em 2025, visto que o crescimento econômico continua forte, a inflação segue persistente e há uma nova agenda econômica mais protecionista (e possivelmente inflacionária) à vista com a posse de Donald Trump como presidente dos EUA.
"O foco principal será o Fed, que deve cortar os juros em 25 pontos-base, mas acreditamos que o Fed reduzirá as expectativas de cortes mais adiante", disseram analistas do SEB.
A última decisão do Fed sobre a taxa de juros no ano ocorrerá na quarta-feira, com os investidores precificando uma chance de mais de 97% de uma redução de 0,25 ponto percentual nos juros, de acordo com a ferramenta FedWatch da CME.