Cuiabá, 11 de Março de 2025

ESPORTE Sexta-feira, 07 de Março de 2025, 13:40 - A | A

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Palmeiras

Diretor do Palmeiras revela acolhimento a Luighi e busca por punição aos racistas

João Paulo Sampaio conta que Leila Pereira ligou para o garoto e os pais para falar sobre o caso e busca punir culpados por ato criminosos

Jogada 10

O diretor de futebol da base do Palmeiras, João Paulo Sampaio, falou como está sendo o processo de acolhimento ao atacante Luighi. O jogador foi vítima de racismo nesta quinta-feira (06/3), durante a vitória do Verdão por 3 a 0 em cima do Cerro Porteño, no Paraguai, pela Libertadores Sub-20.

 
 

O garoto foi flagrado no banco de reservas chorando após sofrer ataques racistas. Após o jogo, deu uma entrevista muito forte pedindo uma punição da Conmebol. Nesta sexta (07/3), em participação ao programa ”Sportvnews”, João Paulo Sampaio explicou como vem sendo o suporte para o garoto e falou que no Paraguai, racismo é visto como normal e provocativo. Além disso, disse que a entrevista do atacante foi fundamental para chamar a atenção do mundo.

“Primeiro a gente acolheu ele, quando ele chega no banco. Para que ele se acalmasse. Claro que a gente começou a reivindicar com a polícia e o quarto árbitro. Mas até o banco do Cerro Porteño estava indo contra, querendo voltar pro jogo e tentando entender que aquilo é normal. E para eles é normal no país, é mais uma provocação. Na lei fala que vai prevenir. Aqui (Paraguai), não é crime, não tem sanção como é no Brasil. Essa pessoa já foi identificada, vamos ver, mas no país não é crime, então a gente tem que esperar ‘, disse o diretor, que seguiu.

“Eu acho que se a gente abandona o campo ou se a gente retira a equipe, poderia acontecer a mesma coisa que aconteceu com o Tabata (Bruno). E o mais importante, eles não vão vencer, não são mais forte que nós. A gente ia perder a oportunidade, porque se isso acontecesse na transmissão da Conmebol, o repórter que é da Conmebol, a gente não ia conseguir ouvir o Luighi. Foi a fala dele que reverberou em todo mundo, pedindo uma solução, que isso não pode ser comum”, completou.

 

Leila Pereira e Palmeiras buscam punição aos culpados

Além disso, o diretor também falou que a presidente do Palmeiras, Leila Pereira e diretores do Verdão ligaram para Luighi para prestar solidariedade. A mandatária, aliás, está atrás dos presidentes da CBF e da Conmebol atrás de uma punição mais severa.

“A nossa presidente (Leila Pereira) ligou para o presidente da CBF, ligou para o presidente da Conmebol. Ficou muito revoltada ontem. Qualquer tipo de discriminação é muito ruim e a presidente por ser mulher passa por algumas situações. A diretoria acolheu o Luighi, a presidente, o Anderson Barros falaram com ele. Ligaram para os pais, a mãe estava chocada, chorando. Mas estamos cobrando da Conmebol uma punição, uma atitude mais firme. Ontem a noite, a diretoria toda do Palmeiras foi bem presente para acolher o atleta e a família, para depois cobrar os responsáveis”, falou o cartola.

Por fim, João Paulo também comentou que não houve nenhuma repercussão mais forte no Paraguai, após o crime cometido.

 

“A gente ainda não viu nenhum veículo, comentários no país, sobre o assunto. Eu apurei se era uma lei ou um crime. Foi ano passado que o presidente do Paraguai falando em prevenir e inserir a pessoa de cor diferente, de raça, na sociedade Paraguai. Mas só fala em prevenir, sem sanção. Aqui não teve nenhuma repercussão. Apenas a carta da Conmebol no próprio site”, finalizou.

Episódio de racismo e entrevista histórica

O duelo também ficou marcado por um gesto racista contra jogadores do Verdão. Aos 34 minutos do segundo tempo, a transmissão da Conmebol flagrou um torcedor com uma criança no colo rente ao alambrado imitando gestos de macaco em direção a Figueiredo, que saía do campo após substituição.

Após o apito final, Luighi também foi alvo de atos racistas e avisou à arbitragem. O duelo ficou interrompido por alguns minutos. Na entrevista pós-jogo ainda no gramado, Luighi não conteve o choro e desabafou.

 

“Você não vai perguntar sobre o ato de racismo que fizeram comigo. Até quando a gente vai passar por isso? Até quando? O que fizeram comigo foi um crime. Você ainda vai perguntar sobre o jogo mesmo? A Conmebol vai fazer o que sobre isso, a CBF, sei lá quem… Não ia perguntar sobre isso, né?! O que fizeram comigo foi um crime. Aqui é formação. A gente tá aprendendo aqui”, disse, com a voz embargada.

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