Cuiabá, 18 de Setembro de 2024

INTERNACIONAL Terça-feira, 10 de Setembro de 2024, 14:31 - A | A

Terça-feira, 10 de Setembro de 2024, 14h:31 - A | A

guerra com o hamas

Israel admite que pode ter matado ativista americana; secretário dos EUA diz que ação é inaceitável

Manifestação em que Aysenur Ezgi Eygi estava era contrária a assentamento ilegal de colonos israelenses no território palestino. Ativista tinha 26 anos

G1

As Forças de Defesa de Israel admitiram nesta terça-feira (10) que o tiro na cabeça que matou a ativista americana Aysenur Ezgi Eygi, de 26 anos, no território palestino da Cisjordânia, "muito provavelmente" partiu de militares israelenses.

A morte aconteceu durante protestos na sexta (6).

Eygi era voluntária da Fazaa, projeto social para apoiar e proteger os agricultores palestinos de violações de direitos cometidas por colonos israelenses que ocupam áreas da Cisjordânia ilegalmente e pelo Exército.

Segundo comunicado dos militares, a morte foi causada de forma "não intencional".

O secretário de estado americano, Antony Blinken, condenou a ação israelense e disse que a morte da jovem americana é inaceitável.

"As forças de segurança israelenses precisam fazer algumas mudanças fundamentais na maneira como operam na Cisjordânia", disse Blinken durante pronunciamento em Londres.

Quando foi atingida, Eygi estava com moradores da cidade de Beita, que realizam protestos semanais após as orações de sexta-feira para pedir a remoção do assentamento israelense de Avitar, no pico do Monte Sbeih, que eles veem como uma violação de seus direitos à terra.

Fouad Nafaa, diretor do Hospital Rafidia, onde a mulher foi atendida, falou à agência de notícias Anadolu, da Turquia: "Tentamos reanimá-la, mas ela não resistiu aos ferimentos".

Operações de Israel na Cisjordânia
Em 28 de agosto, Israel começou uma ofensiva maciça no norte da Cisjordânia. O Ministério da Saúde do território relatou que Israel matou mais de 30 palestinos durante essa operação, incluindo crianças.

Ao menos seis palestinos foram mortos e outros três ficaram feridos durante bombardeios na última quinta-feira (5).

A Cisjordânia é um dos dois territórios palestinos e fica entre Israel e a Jordânia. Junto com a Faixa de Gaza, é reivindicada por palestinos para a criação de um Estado independente.

Ao contrário de Gaza, a Cisjordânia não está sob controle do Hamas. Lá, atua um governo da Autoridade Nacional Palestina. O controle militar, no entanto, é feito por Israel.

O território tem quase o tamanho do Distrito Federal. Cerca de 86% da população (ou 3 milhões de pessoas) é palestina, segundo dados de 2021 da ONU.

No plano inicial da ONU de partilha da região entre judeus e palestinos, a Cisjordânia faria parte do Estado Árabe. Mas Israel tomou militarmente a Cisjordânia em 1967, durante a Guerra dos Seis Dias, e construiu na região residências para judeus, concentradas em assentamentos que a ONU e a maioria dos países do mundo consideram ilegais.

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