Com o ar seco por conta da falta de chuvas e alta nas queimadas, alguns cuidados precisam serem tomados em relação a saúde, principalmente para aqueles que realizam atividades físicas ao ar livre. Os problemas decorrentes do tempo seco vão desde alergias diversas e respiratórias, como consequência do ressecamento das mucosas, que pode ocorrer até sangramentos pelo nariz, ressecamento da pele e irritação da conjuntiva dos olhos.
Por causa do tempo seco, médicos e treinadores físicos alertam os praticantes de atividades ao ar livre ou de academias que não contam com sistema de climatização a deixarem as atividades de lado, pelo menos por enquanto, a qualquer sintoma de mal-estar. Isso porque a umidade relativa do ar, que nos últimos dias chegou aos 10% em Mato Grosso, o que torna a respiração mais difícil, pode causar desidratação e outros problemas, inclusive para o coração.
O Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) emitiu alerta laranja de perigo para baixa umidade para 15 estados e o Distrito Federal nesta primeira semana de setembro: serão afetados pelo tempo seco os estados de Goiás, Tocantins, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, além de partes de Maranhão, Piauí, Ceará, Rio Grande do Norte, Pernambuco, Paraíba, Bahia, Minas Gerais, São Paulo, Paraná e Rondônia. Os estados do Centro-Oeste mais atingidos também estão sendo atingidos pelas fumaças das queimadas na Amazônia e no Pantanal.
A umidade relativa do ar não deve passar dos 20% – a Organização Mundial de Saúde (OMS) aponta o limite ideal da umidade relativa do ar é em torno de 60% – e há riscos para a saúde da população de incêndios florestais. O Ministério da Saúde reforçou suas recomendações para reduzir a exposição às partículas resultantes da fumaça das queimadas.
Ainda não há monitoramento em tempo real de casos de doenças respiratórias e outros quadros advindos da exposição à fumaça registrados em unidades de pronto atendimento (UPAs) e serviços de emergência. Mas já há relatos de aumento desse tipo de atendimento – sobretudo nas alas de pediatria. Os cuidados com crianças incluem evitar ao máximo a exposição prolongada à fumaça e, sempre que possível, garantir o estoque de medicações controladas, além de promover hidratação abundante, de forma a garantir que as mucosas se mantenham úmidas.
É recomendável evitar exercícios físicos e exposição ao ar livre entre 10h e 16h, permanecer em locais protegidos do sol ou em áreas arborizadas, evitar aglomerações em ambientes fechados e, se tiver de sair, usar chapéus ou boné, guarda-sol e protetor solar sempre que sair ao sol. Quanto à hidratação pessoal recomenda-se que sejam ingeridos um mínimo de três litros de água, diariamente.
“Com a temperatura mais baixa, nosso corpo passa por um processo de adaptação para manter a temperatura interna. Por convecção (processo físico de transferência de calor), alguns mecanismos fisiológicos e regulatórios tentam minimizar esse processo de perda de calor pelo organismo. A pessoa que se exercita deve tomar cuidado com as roupas que veste durante o exercício, tendo a necessidade de se agasalhar para manter uma temperatura adequada, ou em outra direção, retirar uma quantidade de agasalhos para manter o equilíbrio”, alerta o educador físico David Mattos.
Perigos
Dentre os problemas que podem ocorrer com a prática de exercícios físicos durante o tempo seco, estão: complicações alérgicas, sangramento pelas narinas, ressecamento da pele, irritação dos olhos, sensação de garganta seca, cansaço precoce e excessivo para uma intensidade de exercício normalmente bem tolerada em condições climáticas favoráveis.
Cuide-se
– Evite fazer atividades físicas das 10h às 16h;
– Procure se hidratar adequadamente. Os especialistas recomendam cerca de 300 a 500 mililitros (ml) de água 30 minutos antes da atividade e 200 a 250 mililitros (ml) a cada 20 minutos;
– Aqueles que praticam esportes competitivos de longa duração ao ar livre, como corrida de rua, mountain bike, ciclismo, corrida de aventura e provas de triathlo, devem redobrar a atenção. Esses são esportes de alta demanda energética e metabólica e exigem ainda mais cuidados quando praticados em ambientes secos.