O empresário John Textor, proprietário do Lyon e também da SAF do Botafogo, prometeu e deu neste sábado uma entrevista coletiva sobre a sanção sofrida pelo clube francês no dia anterior, por causa da sua atual crise financeira. Ele garantiu que o Lyon terá resolvido o problema até o final do ano.
— Nas projeções, temos muito mais dinheiro do que precisamos. A decisão da DNCG não tem impacto em transferências. A lacuna que tem que ser coberta entre agora e o final do ano é de 100 milhões de euros (R$ 610,9 milhões). Até lá não teremos problemas com a DNCG — disse.
John Textor indicou que a venda "iminente" de 45,3% das ações do Crystal Palace, que faz parte da Eagle Football Holdings, cobriria mais do que o valor necessário para esse déficit do Lyon.
Segundo diferentes veículos de imprensa da França que acompanharam essa coletiva, o Lyon bloqueou a transmissão, por vídeo ou texto, enquanto ela acontecia. O evento durou cerca de duas horas.
A Direção Nacional de Controle e Gestão (DNCG) da Liga de Futebol Profissional da França (LFP) decidiu na sexta-feira proibir o Lyon de contratar na próxima janela de transferências de inverno. Além disso, rebaixá-lo ao final da temporada do Campeonato Francês, caso o clube não consiga melhorar a sua situação financeira.
— Quero dizer ao mundo: o Lyon não será rebaixado. Não há chance disso. A DNCG não trabalhou com o nosso modelo de rede multiclube e com o nosso futuro. Nós temos recursos, e se falharmos em tudo, temos acionistas. Ninguém vai deixar o clube ser rebaixado — garantiu.
John Textor teve uma reunião na mesma sexta com representantes da DNCG, órgão responsável por fiscalizar as finanças do futebol francês. O empresário norte-americano disse que "o encontro tinha ido bem".
Porém, segundo o jornal "L'Équipe", os argumentos de Textor não convenceram a DNCG. Por isso o Lyon recebeu a proibição de novas contratações e maior controle sobre a folha de pagamento, mais a possibilidade de ser rebaixado ao final da atual temporada se o seu cenário econômico não melhorar.
A DNCG esperava que os dirigentes do Lyon apresentassem garantias financeiras de, pelo menos, 100 milhões de euros para a atual temporada. Na quarta-feira, o ge explicou que o Botafogo poderia vender jogadores para ajudar nesse problema financeiro do grupo.
A Eagle Football Group, holding que pertence a John Textor, registrou déficit de 25,7 milhões de euros (R$ 157 milhões) ao fim da temporada 2023/24. Ainda segundo a imprensa francesa, a perda de receitas elevou a dívida da Eagle a 500 milhões de euros (R$ 3 bilhões).
E John Textor disse nesta sexta-feira que o Botafogo "terá que reabastecer" os cofres do Lyon, mas sem entrar em detalhes. Hoje ele deu a entender que o clube francês deve vender atletas.
— Temos um excesso de grandes jogadores. O técnico tem decisões quase impossíveis a tomar. Odeio rumores sobre quem vai ser vendido, mas tudo depende de oportunidades. Com certeza há abundância de jogadores. Se clubes não quiserem comprar pelo preço certo, nós simplesmente não vamos vendê-los.