O Corinthians foi derrotado pelo Botafogo por 2 a 1, na noite deste sábado, no estádio Nilton Santos, no Rio de Janeiro, pela 26ª rodada do Campeonato Brasileiro. O resultado manteve o Timão na zona de rebaixamento, podendo encerrar a rodada em penúltimo lugar.
Em entrevista coletiva, o técnico Ramón Díaz não escondeu a preocupação com a postura da equipe, que vinha de vitórias contra Juventude, pela Copa do Brasil, e Flamengo, pelo Brasileirão.
– Nós esperávamos, acho que todos, ter o espírito que tivemos na partida passada com o Flamengo. Acho que essa era a linha a seguir e por aí no primeiro tempo não jogávamos bem. Não se jogou bem, não houve pressão. Se analisarmos bem, praticamente o primeiro gol como passou foi uma situação onde eles chegavam muito fácil, não houve pressão, não houve recuperação. E isso é o que mais nos preocupa, porque nessa situação é preciso jogar com uma certa atitude, com uma certa forma para conseguir pontos, como vínhamos fazendo. Acho que temos que mudar isso imediatamente e muito rápido, porque precisamos dos pontos.
O treinador lamentou o pênalti desperdiçado por Romero, que parou nas mãos de Jhon. O Timão voltou a ter uma penalidade no segundo tempo, em lance que Rodrigo Garro bateu e converteu.
– É incrível, pois um jogo que tivemos dois penais e perdemos. Não acontece sempre que nos deem dois penais, e também houve outro com a mão, que também poderia ter sido o terceiro penal, e não foi marcado. Mas acho que temos que melhorar muito para nos darmos conta da situação em que estamos no Brasileiro. Porque precisamos reagir, ter outra atitude, ter outra agressividade.
– A minha equipe no primeiro tempo não gostei, por isso eu mudei. E conseguimos recuperar, fazendo um bom jogo. Fizemos a pressão, conseguimos chegar ao gol, mas acho que nos faltou saber jogar na situação que estamos. Espero que a equipe melhore, mas precisamos mudar rápido, porque a situação não é fácil. Necessitamos outro espírito, outra forma para poder sair da situação.
O técnico acredita que o time terá forças para se levantar no Brasileirão. Restam ainda 12 rodadas e 36 pontos em disputa no Campeonato Brasileiro.
– O importante é que os jogadores possam participar, porque esta vez não tivemos os dois centros, não tivemos o Cacá, não tivemos o Félix, e são jogadores principais, muito importantes para nós. Então queremos recuperá-los, trabalhar com tudo para poder recuperá-los e, seguramente, passo a passo, quando vamos enfrentando os compromissos, porque o Corinthians é um equipe grande e está em uma zona onde pode lutar. Então precisamos colocar bem os jogadores, manter a tranquilidade agora, porque não é fácil, mas precisamos recuperá-los, precisamos recuperar o espírito, as ganas, a atitude, saber que estamos jogando em uma situação límite. E isso nós temos que mudar rapidamente.
O Corinthians entra em campo novamente na terça-feira, às 21h30 (de Brasília), contra o Fortaleza, na Arena Castelão, no jogo de ida das quartas de final da Copa Sul-Americana.
Por isso, o elenco alvinegro retorna na madrugada deste domingo para São Paulo, onde treina neste domingo abrindo a preparação para a partida fora de casa. Pelo Brasileirão, o Timão volta a campo no sábado, às 16h, contra o lanterna Atlético-GO, na Neo Química Arena.
Veja mais trechos da coletiva:
Saída de Talles Magno
– Ele não estava rendendo, não tinha tenência, não era agressivo, não chegava ao gol e aqui os tempos são muito curtos. Você tem que render imediatamente porque a situação não dá para não ter uma atitude agressiva e saber como estamos jogando, o que estamos jogando. Quando eu mudo é porque o time e os jogadores não estão rendendo.
– No segundo tempo eu acho que podemos fazer um pouco mais de tenência, um pouco mais de chegada. Tivemos algumas ocasiões para fazer o gol, mas eu não gosto de perder dessa maneira. Porque a situação não é fácil e precisamos ter outro espírito. Eu gostaria que o time mudasse do espírito que tínhamos há dois tempos. Nós saímos de situações, passamos para a semifinal da Copa do Brasil por ter esse espírito, por ter essa vontade, essa atitude de querer mudar, de querer fazer isso.
Mudança de esquema no intervalo
– Na forma que vínhamos jogando, o time tinha um rendimento. Sabíamos que faltaram os dois centrais, faltaram jogadores importantes, mas o trabalho está, o tínhamos sempre assim. Acho que faltamos ser mais agressivos, porque se analisarmos os dois gols como foram, foram muito fáceis e estamos em uma situação que temos que ter uma certa agressividade para que não se possa ser concreta. Vamos tentar melhorar isso.
Batedor de pênaltis
– Eu acho que você o conhece, o batedor oficial é o Romero. Mas eu acho que nessa situação é preciso ter uma concentração incrível, bater de outra maneira. Sabia que ele sempre bateu dessa maneira e conseguiu converter. Mas hoje estamos em uma situação no limite onde ninguém tem que falhar. Nem o treinador, nem os jogadores, nem a torcida, ninguém. Não temos que falhar porque são situações no limite. Você vê, eles te dão a possibilidade de um penal, de poder empatar e você não o empatou. Se fizéssemos o gol com o outro penal, iríamos ganhando dois a um. Mas precisa ter uma certa concentração em todos os sentidos e todos. O treinador, os jogadores, todo mundo para conseguir os pontos para o Brasil.
Memphis e demais reforços
– Nós vamos tentar colocar eles bem, porque faz muito tempo que eles não jogam, então já estão trabalhando toda a semana e seguramente em uma semana já vamos ter, possivelmente, não digo 100%, mas em condições que podem jogar. Temos duas semanas para voltar a jogar com o Brasileirão e seguramente quando jogamos de local (mandante) vão estar 100%. Esperemos que sim.
Arbitragem e agressão ao gandula
– O árbitro tem a facilidade e tem a ajuda do VAR, que pode solucionar algum erro que tenha cometido. E eu gostaria que os árbitros pudessem utilizar o VAR, porque são situações que se veem, que por aí ele está em uma posição onde não se vê que pode cobrar. E hoje, no segundo tempo, foi um penal dentro da área. Nós levantamos a mão, pegamos a mão e não cobramos o penal. E aqui o mesmo aconteceu e o penal não o deu. E também lamento o que aconteceu com o gandula, com o homem que alcançou a pelota, porque a tensão é muito grande. Eu lamento a todos, nunca me passou (pela cabeça), mas a tensão é muito grande. Peço desculpas por isso.
Prioridades
– O que temos, vamos jogar. Agora temos o compromisso muito rápido. Vamos para São Paulo, estamos um dia e depois já temos que viajar para a Fortaleza. E os compromissos são importantes para este clube. Eu acho que se você perguntar aos dirigentes e aos atletas, temos um grupo para lutar e vamos fazer isso. Vamos lutar por tudo que jogamos. Mas eu quero recuperar o espírito que temos. Mas isso não foi jogado igual. Temos que recuperar isso imediatamente.
