O grupo rebelde M23, apoiado por Ruanda, anunciou um cessar-fogo unilateral a partir desta terça-feira (4), no leste da República Democrática do Congo (RDC), enquanto aguarda as negociações previstas para o próximo fim de semana.
Em um comunicado divulgado na noite desta segunda-feira (3), o M23 disse que tomou a decisão por "por razões humanitárias".
Em conjunto com as tropas de Ruanda, o grupo armado antigovernamental tomou o controle da cidade de Goma, a capital da província de Kivu do Norte, na semana passada. Embora os combates tenham cessado na cidade, nos últimos dias confrontos foram registrados na província vizinha, Kivu do Sul.
O grupo afirmou que não tem a intenção de tomar o controle de Bukavu, a capital de Kivu do Sul, ou de outras localidades, apesar de ter anunciado na semana passada que pretendia "prosseguir com a marcha" em direção a Kinshasa, capital da RDC.
De acordo com um balanço divulgado pelo principal porta-voz da ONU na sexta-feira (31), feito pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e parceiros, ao menos 700 pessoas morreram e 2.800 ficaram feridas desde que os confrontos se intensificaram no país.
Nesta segunda, equipes da Cruz Vermelha congolesa foram clicados levando corpos de vítimas para serem enterrados no cemitério.
O leste do Congo é uma região rica em recursos naturais como ouro, tântalo e estanho, usados na produção de baterias e aparelhos eletrônicos.
O governo congolês acusa o país vizinho de querer saquear os recursos, mas Ruanda nega e afirma que, para garantir sua segurança, deseja erradicar os grupos armados da região, em particular os que foram criados por ex-funcionários hutus, responsáveis pelo genocídio tutsi em Ruanda em 1994.