Cuiabá, 19 de Março de 2025

POLÍCIA Terça-feira, 18 de Março de 2025, 08:52 - A | A

Terça-feira, 18 de Março de 2025, 08h:52 - A | A

SISAMNES 4

PF faz nova operação após acessar mensagens em celular de advogado morto em Cuiabá

Esquema contra venda de sentenças judiciais começou a ser desbaratado após assassinato de Roberto Zampieri, em dezembro de 2023

G1/TO

Uma operação da Polícia Federal (PF) realizada nesta terça-feira (18) apura um esquema de vazamentos de decisões judiciais. Estão sendo cumpridos um mandado de prisão preventiva e quatro ordens de busca e apreensão. Este é um desdobramento da Operação Sisamnes que investiga crimes de obstrução de Justiça, violação do sigilo funcional, corrupção ativa e passiva.

Entre os alvos da investigação estão um procurador de Justiça do Ministério Público do Tocantins (MPTO), e um advogado que atua como assessor jurídico no gabinete deste procurador. Mandados estão sendo cumpridos na sede do órgão, em Palmas, e nos endereços dos investigados.

MPTO informou, em nota, que não teve acesso à decisão que autorizou operação em desfavor de um procurador de Justiça e de um assessor, por isso não irá se manifestar neste momento.

A decisão é assinada pelo ministro do Supremo Tribunal Federal Cristiano Zanin. Conforme apurado pela TV Anhanguera, a operação investiga a suposta participação de advogados, lobistas, empresários, assessores, chefes de gabinete e magistrados no suposto esquema.

Além dos mandados, foram expedidas medidas de afastamento das funções públicas, proibição de contato e saída do país, e recolhimento de passaportes.

Segundo a PF, foi identificada uma rede clandestina de monitoramento, comércio e repasse de informações sigilosas sobre o andamento de investigações sensíveis supervisionadas pelo Supremo Tribunal de Justiça. O vazamento das informações acabava frustrando o andamento de operações policiais.

A investigação começou em 2023, após a polícia identificar mensagens no celular do advogado Roberto Zampieri, assassinado em Cuiabá. As mensagens tratavam de uma suposta compra de sentenças. O caso foi remetido ao Conselho Nacional de Justiça (CNJ), que acionou a Polícia Federal.

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