A Câmara Municipal de Cuiabá recebeu, durante a sessão ordinária desta terça-feira (18), a família da adolescente Emelly Azevedo Sena, de 16 anos, brutalmente assassinada na semana passada na capital.
A auxiliar de serviços gerais Ana Paula Peixoto de Azevedo utilizou o plenário para pedir justiça pela filha grávida de 16 anos que foi assassinada no bairro Jardim Florianópolis. Emelly, que estava no nono mês de gravidez, foi asfixiada e, enquanto ainda estava viva, teve a barriga cortada na vertical para que sua bebê fosse roubada.
Ela disse que sua filha foi um sacrifício vivo na mão de criminosos e que não acredita que o assassinato tenha sido cometido por uma só pessoa. Ana Paula ainda clamou que o Estado ajude a encontrar os culpados dessa crueldade.
“Hoje vim pedir justiça pela minha filha, pela atrocidade que fizeram com ela. Acreditamos que essa mulher não fez isso sozinha. De alguma forma, eles precisam pagar pelo que fizeram. Minha filha foi um sacrifício vivo nas mãos desse povo”, disse.
Ainda durante o desabafo, ela lamentou que tenham tirado o sonho da filha de criar sua bebê. “A minha neta ficou sem mãe. Emelly tinha o sonho de criar a filha, estava fazendo o enxoval. Quantos planos fizemos juntas, e tudo acabou. Eu imaginava que ficaria apenas como suporte para minha neta, não responsável por ela”, disse emocionada.
O crime
O corpo da adolescente Emelly Azevedo Sena, de 16 anos, grávida de nove meses, foi encontrado em 13 de março, em Cuiabá. Foram presos uma mulher e três homens, mas apenas a mulher permanece detida.
A adolescente estava desaparecida desde o início da tarde do dia 12 de março, quando saiu de sua casa em Várzea Grande para buscar doações de roupas na casa de uma mulher, em Cuiabá, e não entrou mais em contato com a família.
O corpo foi encontrado enterrado em uma cova rasa, com parte da perna visível, numa casa no bairro Jardim Florianópolis, em Cuiabá. A vítima estava com o ventre aberto, com um corte grande, indicando uma situação de parto forçado.
Em análise do corpo, foi verificado que a vítima foi morta possivelmente por enforcamento, esganadura e asfixia, uma vez que ela estava com cabos de internet enrolados no pescoço, mãos e pernas, além de um saco plástico na cabeça, como forma de sufocamento.
As investigações da DHPP seguem em andamento para apurar a atuação de cada um dos suspeitos no crime. Os investigados podem responder por homicídio triplamente qualificado, ocultação de cadáver, fraude processual e outros crimes que podem ser identificados no decorrer das investigações.