Arqueólogos encontraram a entrada para um templo egípcio construído há cerca de 2.100 anos. O portal – no lado oeste do sítio histórico de Athribis, perto de Sohag, no Egito – tinha originalmente 18 metros de altura, e dá entrada a um local sagrado, destinado ao deus da fertilidade masculina, Min.
A porta é um exemplo de "pilão" egípcio — construção constituída por duas torres que ladeiam uma entrada principal. O local leva a uma câmara até então desconhecida, provavelmente um depósito para utensílios e ânforas – grandes recipientes ovais de armazenamento com duas alças. O local tem cerca de 6 metros de comprimento e 3 metros de largura.
Inscrições hieroglíficas e entalhes intrincados adornam a fachada externa e as paredes internas da câmara. Os hieroglifos retratam o deus egípcio da fertilidade, Min, e sua mulher Repit, comumente representada como uma leoa, e seu filho, o deus-criança Kolanthes.
Especialistas acreditam que a estrutura foi construída durante o século II a.C. em Athribis, na época, uma próspera cidade egípcia. Na época, o Egito era governado pela dinastia ptolomaica, uma casa real que controlou o Egito Antigo até sua incorporação à República Romana em 30 a.C.
A entrada e a câmara foram descobertas por pesquisadores da Universidade de Tübingen, apoiados pelo Ministério do Turismo e Antiguidades do Egito. O grupo tem certeza de que a câmara leva a um templo, mas as escavações ainda não levaram a equipe ao local exato.
Mohamed Ismail Khaled, Secretário-Geral do Conselho Supremo de Antiguidades, descreveu a descoberta como "o primeiro núcleo para revelar o restante dos elementos do novo templo no local", de acordo com Asharq Al-Awsat.
Em uma inscrição, essas divindades egípcias estão recebendo sacrifícios de um rei, que os pesquisadores dizem ser Ptolomeu VIII do século II a.C. Os especialistas acreditam que o templo de Athribis foi construído durante seu reinado como centro de adoração para a reverenciada família.
"Esta descoberta é particularmente significativa, pois marca o primeiro passo na descoberta dos elementos restantes do templo", disse o Ministério do Turismo e Antiguidades do Egito em uma publicação no Facebook.
As figuras também são cercadas por estruturas de símbolos astronômicos que agem como "estrelas celestes" para medir as horas da noite. Enquanto isso, uma segunda porta na fachada do pilar leva a uma escada até então desconhecida que subia pelo menos quatro lances até o andar superior, mas que já não existe mais.
"A missão concluirá seu trabalho no local para descobrir completamente o restante do templo durante as próximas temporadas de extração", disse o Ministério do Turismo e Antiguidades em seu comunicado.
Em seu apogeu, acredita-se que o templo tinha 51 metros de largura e torres de pilone, cada uma com até 18 metros de altura. Hoje, restam apenas cerca de 5 metros das torres, que foram vítimas de pedreiras, provavelmente no século VIII d.C.