Cuiabá, 12 de Dezembro de 2024

OPINIÃO Sexta-feira, 06 de Dezembro de 2024, 09:22 - A | A

Sexta-feira, 06 de Dezembro de 2024, 09h:22 - A | A

NEILA BARRETO

Conheça a revista do IHGMT em novo formato

Assim, disponibilizamos ao leitor, que poderá conhecer um pouco mais sobre a história de Mato Grosso.

NEILA BARRETO

A revista do Instituto Histórico e Geográfico de Mato Grosso - IHGMT, de nº 85, a qual aborda a temática: “Mato Grosso: de Capitania a Estado”, já está no ar, após um trabalho primoroso dos seus associados e parceiros e, do conselho editorial. Assim, disponibilizamos ao leitor, que poderá conhecer um pouco mais sobre a história de Mato Grosso.

A história de Mato Grosso remonta a 1525 quando Pedro Aleixo Garcia se desloca rumo ao Alto Peru pelos rios Paraná e Paraguai, alcançando Sucre (Bolívia) e proximidades de Potosí (Bolívia), retornando com ouro e prata saqueados dos povos originários. No entanto, a expedição do explorador foi atacada pelos Paiaguás quando trafegava de regresso pelo rio Paraguai.

Poucos se salvaram, inclusive, o próprio Pedro Aleixo foi morto pelos Paiaguás e do episódio restaram as narrativas das riquezas encontradas por aquele e que atraíram portugueses e espanhóis para a região.
Nos idos de 1673 e 1682, Manoel de Campos Bicudo, bandeirante paulista, fundou o primeiro povoado, no ponto onde o rio Coxipó desagua no rio Cuiabá, localidade batizada de São Gonçalo, atual bairro São Gonçalo Beira Rio, na capital mato-grossense. Foi no período colonial os marcos de definição dos limites do Brasil, sendo consolidados até os rios Mamoré e Guaporé (bacia do rio Amazonas), o que conteve as investidas espanholas nesse trecho da fronteira oeste.

A Capitania foi criada pela Carta Régia de 9 de maio de 1748, que por resolução criou dois governos: Minas de Goiás e Minas de Cuiabá. O nome Mato Grosso só foi consolidado com a nomeação de Dom Antônio Rolim de Moura para ser Capitão General, em 25 de setembro de 1748.

Com a independência proclamada, em 7 de setembro de 1822, vieram os governos imperiais e as regências que perduraram até 23 de julho de 1840, quando Dom Pedro II adquire maioridade. Mato Grosso passa a ser província e, nesse período, teve cinco governantes, sendo eles: Rodrigo César de Meneses, Antônio da Silva Caldeira Pimentel, Antônio Luís de Távora (Conde de Sarzedas), Gomes Freire de Andrade (Conde de Bobadela) e Luiz de Mascarenhas (Conde D’Alva). Fato de inflexão deve ser destacado nesse período e que se deu o movimento nativista denominado de Rusga, acontecido no ano de 1834 com ápice na noite de 30 de maio, quando brasileiros, sob o toque de clarim que os convocou, promoveram saques, depredações e mortes dos bicudos portugueses. O saldo resultou em 44 portugueses e 3 brasileiros assassinados. Essa revolta foi controlada pelo governo de Antônio Pedro de Alencastro, com detenção dos líderes da Rusga, sendo condenado à morte por enforcamento Manuel Ciríaco.

Cuiabá foi oficializada capital da província em 28 de agosto de 1835, por meio da Lei nº 19, o que não foi suficiente para manter a pujança. Entre a maioridade de Dom Pedro II (23 de julho de 1840) e a Proclamação da República (15 de novembro de 1889), Mato Grosso foi governando por 28 presidentes, sendo o evento de maior destaque nesse período a guerra do Paraguai, entre 1864 e 1870, sem olvidar a epidemia de varíola trazida pelos combatentes para Cuiabá, o que resultou na morte de metade dos seus 12 mil habitantes.

A Proclamação da República em 1889 eleva a província de Mato Grosso para Estado. Em 1892, movimento separatista tenta proclamar a independência de Mato Grosso do Brasil, constituindo-se na República Transatlântica de Mato Grosso, movimento que não foi bem-sucedido. Inúmeros fatos se sucederam no transcurso histórico de Mato Grosso, durante a República, no Século XX, destacando-se: a Ramonada, o assassinato de Totó Paes, a construção da estrada de ferro Noroeste, a Coluna Prestes, a Revolução de 1930, a criação dos Territórios Federais de Guaporé e de Ponta Porã, o Golpe Militar de 1964, o Movimento do Araguaia, a expansão da fronteira agrícola, a separação do estado e as Diretas Já, entre outros.

No Século XXI se destaca a Copa do Mundo e seu legado. Esta edição contempla 12 (doze) artigos em respeito à temática e em transversalidade e, certamente, enriquecerá o nosso acervo e, os pesquisadores em geral, pois traz conteúdo inovador e pertinente. Enfim, a publicação atende ao interesse da comunidade acadêmica, pesquisadores, alunos e interessados a conhecer um pouco mais da história de Mato Grosso.

O Instituto Histórico e Geográfico de Mato Grosso – IHGMT é uma instituição sem fins lucrativos fundado em 08 de abril de 1919. Poderoso em suas atividades. É a instituição cultural mais longeva do Estado de Mato Grosso e tem a sua sede na capital do estado, na Casa Barão de Melgaço, em Cuiabá.

Desde a sua criação mantem as suas memórias registradas em um periódico anual, chamado de “Revista” cuja articulação e rede de difusão objetivam fomentar o processo de construção e divulgação do conhecimento histórico, geográfico, antropológico, político, sociológico e cultural e outros, do Estado de Mato Grosso com interlocução direta com a sociedade civil e academias.

A Revista do IHGMT n. º 85, marca a transição de seu formato exclusivamente físico para o virtual, deu-se na administração – Neila Maria Souza Barreto e Allan Kardec. É, de fato, o primeiro número produzido após a criação do sítio que hospeda a revista virtual e facilita a democratização do acesso ao conhecimento produzido pelos associados e pesquisadores que contribuem para o acervo. A edição, composta por duas seções, aborda em seu Dossiê o tema "Mato Grosso: de Capitania a Estado", além de outros artigos em diálogo direto com a história e geografia de Mato Grosso. Acesse em: https://revistaihgmt.com.br/index.php/revistaihgmt ou pelo site: https://www.ihgmt.com.br

(*) NEILA BARRETO é membro da AML e presidente do IHGMT desde setembro/2020 aos dias atuais.

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