A Assembleia Legislativa de Mato Grosso recebeu nesta semana os novos membros da Associação Muxirum Cuiabano para uma posse simbólica. A cerimônia marca a parceria do Parlamento com a entidade no esforço pela preservação do legado histórico de Cuiabá.
O presidente da Casa de Leis, deputado Eduardo Botelho (União), destacou a importância de projetos destinados à valorização da identidade e conservação do patrimônio cultural da capital. “O Muxirum Cuiabano surgiu com essa ideia de manter e de valorizar a nossa cultura, a nossa história e de tudo que nós temos de bonito aqui como as tradições do Cururu, do Siriri, do rasqueado. Além de valorizar também nossos pontos históricos, como centro de Cuiabá, que é uma região histórica, onde surgiu Mato Grosso”, defendeu o presidente.
“Então é esse trabalho que eles fazem, de resgatar essa identidade e também os pontos culturais que nós temos, pontos históricos nossos. É muito importante e nós estamos juntos com eles”, concluiu Botelho.
O presidente da entidade, Antônio Ernani Pedroso Calhao, foi reconduzido ao cargo e defendeu a parceria com o Legislativo e demais poderes para garantir a preservação do patrimônio cultural e arquitetônico. Segundo ele, um dos principais compromissos do Muxirum Cuiabano para a próxima gestão é trabalhar com foco na preservação e conservação de igrejas, prédios, templos e casarões de domínio público e privado na região central de Cuiabá. “O centro histórico tem sido um desafio, porque ele está perdendo sucessivamente patrimônio. Então, nós resolvemos encampar essa luta e trabalhamos muito nesses últimos anos no desenvolvimento desse projeto”, destacou ele.
“Começamos mapeando os imóveis que sobraram, porque o que perdeu, perdeu. Mas ainda tem muita coisa. E essa muita coisa que sobrou está dispersa, não está catalogada. Então estamos trabalhando esse patrimônio que existe e a maioria são imóveis preservados pelos próprios proprietários. Com as informações que levantamos começamos a mapear e escrever uma pequena história desses imóveis que farão parte de um museu digital”, explicou o presidente.
A vice-presidente do Muxirum, Tania Matos Arruda, explicou que a ideia da criação do museu digital surgiu logo após a pandemia. “Esse olhar para o centro histórico de Cuiabá, porque é uma perda muito grande para todos os cuiabanos, para a cidade, para Mato Grosso, esse centro deteriorado, abandonado, eu diria, com boa cuiabana, jogada as traças”, relembrou. “Do estudo que fizemos para descobrir exatamente o que ainda existe no centro histórico, o que vale a pena recuperar, surgiu então a ideia de transformar esse material num museu virtual para que todos tivessem acesso”, explicou.
A criação do museu, segundo ela, é possibilidade de ampliar a consciência do bem histórico e cultural da capital do estado. “Precisamos transformar a valorização da nossa cultura e da nossa identidade num processo educativo. Só com consciência da nossa história é que vamos conseguir fazer o resgate do patrimônio que resta e que precisa ser preservado”, afirmou a vice-presidente.
Ao todo, tomaram posse este ano 74 novos membros de diversas formações, que chegam para somar esforços no desenvolvimento dos projetos e no fortalecimento do diálogo com o poder público para a manutenção e preservação do patrimônio histórico e memória. A nova diretoria foi empossada no mês de maio e se apresentou hoje no Parlamento estadual numa cerimónia simbólica.