Cerca de 45% das pessoas infectadas pelo HIV (vírus da imunodeficiência adquirida) no Distrito Federal têm entre 20 e 29 anos. A faixa etária de 30 a 39 é a segunda maior contaminada, com cerca de 28%. Um levantamento da SES (Secretaria de Saúde) divulgado nesta quarta-feira (27) aponta um aumento gradual de infecções em pessoas acima de 40. Os casos em menores de 20 anos se mantiveram dentro do padrão dos últimos anos.
Entre 2019 e 2023, 3.791 casos de infecção de HIV foram notificados no Distrito Federal. Dessas, 1.333 pessoas registraram aids. Segundo o levantamento, o coeficiente (casos a cada 100 mil habitantes) de detecção de HIV se manteve estável, mas teve um aumento de 2022 para 2023. Já a aids teve queda no mesmo período.
Em 2019, foram 815 casos registrados de HIV. Esse número oscilou de 719 (2020) para 759 (2021), voltando a cair para 689 (2022) e aumentar novamente para 811 (2023). Já nos casos de aids, houve apenas uma diminuição. Foram 301 casos em 2019, e o valor chegou a 223 em 2023.
Dentro do período analisado, o DF registrou 457 mortes que tiveram a aids como causa básica. O coeficiente de mortalidade diminuiu 18,2%, indo de 3,3 em 2019 para 2,7 óbitos em 2023. Foram 98 mortes em 2019, 96 em 2020, 93 em 2021, 85 em 2022 e 85 em 2023.
Além disso, 99 pessoas que têm HIV morreram nos últimos cinco anos por causas não relacionadas ao vírus. Segundo a SES, houve aumento de registros em 2020 e 2021, o que pode indicar uma ligação entre as mortes e o período de pandemia de Covid-19.
De acordo com o painel InfoSaúde, 85 pessoas foram diagnosticadas com HIV entre janeiro e agosto deste ano. 70% desses diagnósticos são homens, e 18 pessoas do total estão na faixa etária de 25 a 29. Sobre meses de diagnóstico, fevereiro foi o ápice, com 17 casos, e agosto foi o menor registro, com apenas um caso.
Diferença entre HIV e aids
O vírus do HIV destrói as células de defesa do corpo e a torna vulnerável a desenvolver doenças e infecções. Ele é transmitido por contato com secreções sexuais, como esperma ou da vagina, ou com o sangue de uma pessoa infectada. A transmissão de uma mãe para um bebê também é possível através da gestação, durante o parto ou na amamentação.
Já a aids é a síndrome da imunodeficiência adquirida, que é uma forma mais grave de infecção do HIV e acontece quando a pessoa infectada apresenta infecções oportunistas, como tuberculose ou pneumonia.
Não existe cura para o HIV, mas ele pode ser tratado e mantido sob controle. Ter o HIV não necessariamente significa que a pessoa vai desenvolver a aids.
A SES afirma que o tratamento adequado impede que uma pessoa com HIV adoeça ou transmita o vírus. “Apesar de tantos avanços na resposta ao HIV e aids no Brasil e no mundo, o preconceito e a discriminação continuam a ser os principais fatores de vulnerabilização individual e social", declara.