Cuiabá, 01 de Abril de 2025

CIDADES Segunda-feira, 31 de Março de 2025, 08:04 - A | A

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INCLUSÃO E RESPEITO

Abril Azul: campanha conscientiza sobre os desafios do Autismo

Pessoas diagnosticadas com TEA podem apresentar diferentes níveis de necessidade de suporte

Elloise Guedes

O 'Abril Azul' é uma campanha para conscientizar a população sobre a inclusão de pessoas com Transtorno do Espectro Autista (TEA). O transtorno refere-se a uma série de condições caracterizadas por desafios com habilidades sociais e padrões restritos ou repetitivos de comportamento. O dia 2 de abril foi instituído pela ONU (em 2008) como o Dia Mundial de Conscientização do Autismo.

A campanha tem o objetivo de levar informações para a população e combater a discriminação sobre os mais de 2 milhões de brasileiros que foram diagnosticados com o transtorno. Antes pouco se falava de autismo e poucos eram os autistas, tanto que foi somente em 1993 que o autismo passou a existir na Classificação Internacional de Doenças da Organização Mundial de Saúde (CID-OMS).

Não há só um tipo de autismo, mas muitos subtipos, que se manifestam de uma maneira única em cada pessoa. Pessoas diagnosticadas com TEA podem apresentar diferentes níveis de necessidade de suporte. O que significa que, enquanto alguns têm facilidade de realizar qualquer atividade pessoal e da vida diária, outros precisam de apoio para as atividades cotidianas, como tomar banho, se vestir e se alimentar.

As causas do autismo ainda não foram totalmente esclarecidas, mas muitos estudos e pesquisas são realizados para identificar o que está relacionado ao desenvolvimento deste transtorno. O que se sabe até hoje é que a genética tem um papel fundamental no desenvolvimento do TEA, assim como variáveis ambientais também podem se tornar fatores de risco para o diagnóstico. Vários estudos já identificaram uma série de genes que estão ligados ao TEA.

TRATAMENTO

Como o autismo não é uma doença, não existe cura para o transtorno. No entanto, é possível que a pessoa no TEA consiga se desenvolver e atingir todo seu potencial. Para que isso aconteça, é preciso buscar intervenções baseadas em evidências científicas, uma equipe multidisciplinar ou transdisciplinar capacitada e levar em consideração as singularidades de cada indivíduo.

Alguns sinais de autismo já podem aparecer a partir de um ano e meio de idade, até mesmo antes em casos mais graves. Há uma grande importância de se iniciar o tratamento o quanto antes, pois quanto antes comecem as intervenções, maiores são as possibilidades de melhorar a qualidade de vida da pessoa.

O tratamento psicológico com mais evidência de eficácia, segundo a Associação Americana de Psiquiatria, é a terapia de intervenção comportamental — aplicada por psicólogos. A mais usada delas é o ABA (sigla em inglês para Applied Behavior Analysis — em português, análise aplicada do comportamento).

O tratamento para autismo é personalizado e interdisciplinar, ou seja, além da psicologia, pacientes podem se beneficiar com intervenções de fonoaudiologia, terapia ocupacional, entre outros profissionais, conforme a necessidade de cada autista. Na escola, um mediador pode trazer grandes benefícios, no aprendizado e na interação social.

LEGISLAÇÃO

No âmbito Federal, a Lei nº 12.764/2012 instituiu a Política Nacional de proteção dos direitos da pessoa com Transtorno do Espectro Autista, que, entre outras medidas, passa a considerá-la pessoa com deficiência, estendendo os direitos já conquistados pelos PCDs.

Já a Lei n° 13.977/2020 criou a Carteira de Identificação da Pessoa com Transtorno do Espectro Autista (Ciptea), com vistas a garantir atenção integral, pronto atendimento e prioridade no atendimento e no acesso aos serviços públicos e privados, em especial nas áreas de saúde, educação e assistência social.

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