Cuiabá, 22 de Abril de 2025

CIDADES Segunda-feira, 21 de Abril de 2025, 08:09 - A | A

Segunda-feira, 21 de Abril de 2025, 08h:09 - A | A

PERÍODO CHUVOSO

Cuiabá registra aumento de 61,5% nos casos de acidentes com animais peçonhentos

Pelo terceiro mês consecutivo, a região da Grande Morada da Serra lidera o número de ocorrências

Elloise Guedes

Escorpiões e aranhas dominam as estatísticas de acidentes em Cuiabá. Até março, os casos com animais peçonhentos cresceram 61,5% em relação ao mesmo período de 2024, segundo dados divulgados pela Secretaria Municipal de Saúde de Cuiabá (SMS), divulgados na última semana. Foram registradas 114 ocorrências, sendo 73 causadas por escorpiões, 9 por aranhas, 2 por serpentes e 12 classificados como “outros”.

Durante as 14 primeiras Semanas Epidemiológicas (SE) de 2025, até o dia 31 de março, todas, com exceção das SE 07 e SE 14, apresentaram um número superior de acidentes em comparação ao mesmo período do ano anterior. Em 2024, a média semanal de casos notificados até o fim de março era de aproximadamente 14,2. Já em 2025, esse número subiu para 24,6, representando um aumento expressivo de 61,5%.

Em março de 2024, foram registrados 71 acidentes com residentes e 29 com moradores de outros municípios. Em março de 2025, esses números saltaram para 96 casos envolvendo residentes e 18 com não residentes. Desde o início do ano, o aumento vem se consolidando mês a mês: foram 128 casos em janeiro, 101 em fevereiro e 114 em março, totalizando 343 ocorrências no primeiro trimestre de 2025.

Pelo terceiro mês consecutivo, a região da Grande Morada da Serra lidera o número de ocorrências, seguida pelos bairros Residencial Coxipó e Despraiado. No entanto, o boletim chama atenção para a expansão dos acidentes nas áreas perimetrais da Capital, especialmente nos bairros e loteamentos localizados nas zonas de expansão urbana a oeste e sul.

Um mapa divulgado pela Vigilância em Saúde destaca essas áreas com tons mais escuros, indicando maior incidência, enquanto as regiões com menor número de casos aparecem em tons mais claros. As áreas sem registro permanecem em branco.

Em março, também foi registrado um caso isolado envolvendo uma lagarta de classificação moderada, na região do bairro Sucuri. Embora incomum, esse tipo de acidente é considerado grave e exige cuidados específicos. Segundo a Vigilância, essas ocorrências estão geralmente ligadas à perda do habitat natural, o que leva esses animais a buscar abrigo em áreas residenciais.

A população também é orientada a procurar imediatamente uma unidade de saúde em caso de acidente, para receber atendimento adequado. A diretora da Vigilância em Saúde, Silvana Maria Ribeiro Arruda, destacou a necessidade de atenção da população diante do aumento expressivo dos casos.

“O crescimento dos acidentes com animais peçonhentos em Cuiabá é um alerta para todos nós. É fundamental que a população esteja atenta às medidas de prevenção e que qualquer acidente seja comunicado imediatamente às unidades de saúde. Pequenas ações podem fazer grande diferença na proteção da saúde e da vida das pessoas”, afirmou Silvana.

A picada de um animal peçonhento pode causar irritação, dor e inflamação na pele. Em alguns casos, pode até mesmo apresentar complicações e risco de morte. Por isso, é importante adotar medidas para evitar o contato com esses animais e procedimentos de emergência em casos de acidente.

Veja as orientações:

- Em caso de acidente com animal peçonhento, busque atendimento médico imediatamente, de preferência hospitalar;
- Informe ao profissional de saúde o máximo possível de características do animal, como: tipo, cor, tamanho, entre outras (se possível registro fotográfico para facilitar a soroterapia específica);
- Se possível e caso não atrase a ida do paciente ao atendimento médico, lave o local da picada com água e sabão (exceto em acidentes por águas-vivas ou caravelas);
- Mantenha a vítima em repouso e com o membro acometido elevado até a chegada ao pronto-socorro;
- Em acidentes nas extremidades do corpo, como braços, mãos, pernas e pés, retire acessórios que possam levar à piora do quadro clínico, como anéis, fitas amarradas e calçados apertados.

O que não fazer?

- Não fazer torniquete ou garrote, não furar, cortar, queimar ou espremer o local da picada;
- Não fazer a sucção no local da ferida;
- Não aplicar qualquer substância sobre o local da picada, nem fazer curativos que fechem o local, pois isso pode favorecer infecções.

Medidas de prevenção:

- Examinar calçados e roupas antes de usá-las para verificar se há algum animal escondido;
- Usar calçados adequados e luvas para atividades em jardins e quintais;
- Vedar buracos em paredes, forros e assoalhos para evitar a entrada destes animais;
- Evitar deixar sapatos do lado de fora e pendurar roupas fora de armários;
- Limpar regularmente os quintais, janelas, rodapés e não acumular lixo orgânico e entulhos;
- Combater a proliferação de insetos como baratas e cupins, pois atraem escorpiões.

Em caso de emergência, contate imediatamente o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU 192) ou o Corpo de Bombeiros (193).

Comente esta notícia