Neste 8 de abril de 2025, a capital mato-grossense celebra 306 anos de história. No decorrer dos anos, foram muitas personalidades que contribuíram com desenvolvimento social e econômico de Cuiabá, dentre elas: o deputado estadual Wilson Santos (PSD) que já completa 60 anos que chegou na cidade, em que teve a oportunidade de testemunhar os desafios e conquistas, como, também, contribuiu com a formação de mais de 30 bairros. Tudo isso, porque uma de suas maiores bandeiras é a área da habitação, desde que entrou na vida pública – por defender os direitos e garantir dignidade para as famílias cuiabanas.
Natural de Dracena, interior da capital de São Paulo, o parlamentar chegou ao município com apenas quatro anos, junto dos pais e irmãos – e presenciou de perto o crescimento exponencial da capital. “Cheguei com minha família em 1965 e, desde então, o meu coração é desta terra. Fui jornaleiro no centro, minha mãe tinha uma banca de revista, e meu pai, topógrafo, andava pelos interiores sem estrada, sem ponte. Tive a honra de ver os principais marcos da cidade e, melhor ainda, ter sido prefeito de Cuiabá por mais de cinco anos. Foram momentos de muito trabalho e entregas que marcaram a minha história e a da cidade. Essa Cuiabá antiga, de chão batido, me formou. Tudo que sou devo a ela”, declara ele, que possui uma trajetória política sólida em Mato Grosso, com 10 mandatos eletivos, entre vereador, deputado federal, prefeito da capital e deputado estadual.
Além de político, Wilson é advogado, licenciado em ciências, professor de história e apresentador de programa diário de televisão – em que leva a informação de interesse da sociedade mato-grossense. Com uma oratória afiada, ele é um eterno aprendiz que busca pesquisar, aprender, ensinar e transmitir o conhecimento adquirido sobre o passado cuiabano, entre outros diferentes assuntos da história no âmbito de Mato Grosso. “Cuiabá nasceu no Coxipó do Ouro, onde portugueses encontraram ouro e travaram embates com os indígenas. Ali começou tudo. Uma curiosidade que pouca gente sabe, mas Cuiabá chegou a ser, de fato, capital da Província de São Paulo por quase dois anos, tamanha era sua importância no ciclo do ouro. E essa história ainda não é contada com o devido reconhecimento, período que jorrava ouro. E eram toneladas e toneladas de ouro”, explica.
Durante a sua gestão como prefeito, Wilson teve um importante papel na organização urbana de Cuiabá. “Em 1965, Cuiabá tinha cerca de 70 mil habitantes. Hoje, ultrapassa os 650 mil. Vi bairros nascerem, vi o surgimento de novas demandas por moradia, água, esgoto, transporte e educação. Foi um crescimento tão acelerado que poucas cidades do mundo viveram algo parecido. O primeiro plano diretor só foi instituído no ano de 1990. Na minha gestão na prefeitura, em 2007, implantamos o segundo plano diretor. Foi um passo importante para ordenar o crescimento urbano que vinha acontecendo de forma desorganizada. E a cidade cresceu, muitos bairros se formaram e, infelizmente, nunca mais foi atualizado esse projeto que precisa ser revisto, pois a realidade é outra”, destaca o historiador.
Com sua memória apurada e a paixão pela cidade e por todo Mato Grosso, o deputado recorda fatos históricos que moldaram o papel da capital no país. Uma delas foi a projeção de uma ferrovia até Cuiabá – ainda no período imperial com Dom Pedro II e, que infelizmente, nunca aconteceu. “Já havia uns estudos, estava mais ou menos esboçada, uma ferrovia para Cuiabá. Ela acaba nunca vindo, mas ela vai e passa por Campo Grande. Ela sai de Bauru, São Paulo, atravessa o rio Paraná, que é uma gigantesca ponte, passa por Campo Grande, chega a Corumbá, avança dentro da Bolívia e vai até Santa Cruz de La Sierra. Vivemos 200 anos isolados, esperando a ferrovia chegar a Cuiabá e, agora, podemos falar de várias ferrovias, como essas que são concessões da Vale e outra da Rumo Logística. Agora é um novo tempo e um novo momento. Esperamos que chegue à Cuiabá”, comenta.
Para ele, o futuro da capital deve ser construído com responsabilidade e união. Tanto que sugere que os atuais prefeitos de Cuiabá e Várzea Grande possam construir um novo plano de mobilidade urbana para a região metropolitana. “O BRT não vai resolver os principais gargalos no trânsito da capital e região. Precisamos da construção de viadutos, trincheiras e outras obras estruturantes que melhorem o fluxo de veículos, especialmente nos horários de pico. Precisamos investir em saneamento, saúde, educação, segurança e arborização. O Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) precisa avançar. Queremos uma cidade com mais áreas verdes, mais qualidade de vida, com a educação e saúde como prioridade”, projeta.
Apaixonado por história, o deputado ainda ressalta que Cuiabá é a povoação mais antiga do centro-oeste brasileiro, de 1719. “Mais velha que Brasília, Goiás Velho (GO) e Campo Grande. Em Mato Grosso, depois de Cuiabá, tem Chapada dos Guimarães, Diamantino e Vila Bela de Santíssima Trindade de 1752. Cuiabá é a vovó dessa região. Nenhuma tem tanta história acumulada quanto ela. Cabe a nós, respeitar e preservar esse patrimônio”, reforça.
Wilson Santos reafirma o seu compromisso com a cidade que o acolheu, em que se tornou um verdadeiro cuiabano, mesmo de coração e, que também, demonstra a sua valorização pelas culturas tradicionais – como o lambadão, cururu, siriri e rasqueado – e a apreciação com a gastronomia, ao citar pratos típicos como mojica de pintado, ventrecha, bolo de arroz, pacu assado e Maria Izabel. “Sou grato por tudo que vivo e vivi aqui. E sigo lutando, agora como deputado estadual, para que Cuiabá cresça de forma justa, humana e com respeito à sua história. Parabéns, minha querida Cuiabá, pelos seus 306 anos!”, finaliza.
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