Mais uma atividade dentro da série de ações previstas pelo projeto “MultiCulturas: Cores brasileiras em vozes migrantes” será realizada nesta sexta-feira (25). A partir das 14h, no Auditório da Faculdade de Comunicação e Artes da UFMT, a doutora em Educação, Zizele Ferreira ministra a palestra “Mulheres no contexto de multiculturas: Rostos, desafios e perspectivas diaspóricas”.
Idealizadora do projeto, a artista Yndira G. Villarroel explica que o conceito de multiculturas, estabelece o debate sobre o protagonismo das mulheres no mundo da música. “E numa perspectiva da pluralidade, de trajetórias diversas e dos desafios”, destaca Yndira. “E Zizele tem muita propriedade, pela potência que ela tem na diversidade, seja pelas pesquisas que realiza sobre cultura popular, seja pelo ativismo junto ao movimente negro e ainda, pelo trabalho desenvolvido junto a grupos vulnerabilizados”.
Zizele integra o Grupo de Pesquisa Núcleo de Estudos e Pesquisas sobre Relações Raciais e Educação (Nepre) e tem forte atuação junto ao Coletivo Negro Universitário, também da UFMT. Já como doutora em Educação, estuda relações raciais, cultura afro-brasileira e linguagens, além de temas voltados à juventude negra e mulheres quilombolas, entre outros.
Na sequência, conta Yndira, haverá uma roda de conversa sob sua mediação, que terá como convidadas as artistas Akane Iizuka (Japão), Estela Ceregatti (Mato Grosso) e Luísa Vogt (Minas Gerais). A propósito, a primeira fase desta edição do MultiCulturas, na qual foram realizadas aulas de canto e um show no Teatro da UFMT com instrumentistas e coralistas brasileiros e migrantes, foi pensada para elas.
“Neste momento, especialmente, debatemos perspectivas a partir do conceito de diáspora migratória. Então, falaremos dos desafios das mulheres que precisam, por muitas vezes, deixarem suas nações ou estados, em busca de oportunidades. E essas mulheres estão comigo nesse projeto, por trajetórias muito especiais”.
Enquanto Yndira é uma artista venezuelana que se estabeleceu em Cuiabá e frente a muitos desafios conseguiu alcançar um sonho, o de integrar a Orquestra Sinfônica da Universidade Federal de Mato Grosso, como servidora, Akane, saiu do Japão. “Somos imigrantes, mas também temos a Luísa, que atua na área do canto lírico e que também persistiu. Se deslocou de outro estado, deixando seu porto seguro para ter uma oportunidade em uma área com poucos concursos e trabalhos escassos”. De outro lado, destaca Yndira, Estela, tem um vínculo muito forte com povos indígenas e tradicionais, que resultou em sua identidade musical, única”.
“E sim, o protagonismo feminino muitas vezes é ofuscado dentro de um contexto de um segmento que ainda segue sendo tradicionalista, hegemônico e eurocêntrico. Esses são alguns dos pontos que serão falados em nossa roda de conversa”.
O projeto de Yndira é viabilizado pelo edital da Lei Paulo Gustavo, com recursos do Ministério da Cultura e Governo Federal, operados pelo Governo de Mato Grosso, via Secretaria de Cultura, Esporte e Lazer (Secel-MT) e conta com apoio da Universidade Federal de Mato Grosso via Pró-Reitoria de Cultura, Extensão e Vivência (Procev).