O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, demitiu o ministro da Defesa, Yoav Gallant, nesta terça-feira (5).
Netanyahu afirmou que "houve muitas lacunas entre ele e Gallant sobre a gestão das guerras de Israel".
O primeiro-ministro ainda disse que uma crise de confiança se desenvolveu entre ele e o até então ministro da Defesa, o que não permitiu a "gestão normal da guerra".
Gallant se manifestou nas redes sociais após a demissão.
"A segurança do Estado de Israel foi e sempre será a missão da minha vida", afirmou em publicação no X.
Israel Katz, atual chanceler do país, foi nomeado para substituir Gallant no cargo. Gideon Saar deve assumir como ministro das Relações Exteriores.
Desentendimentos sobre Gaza
Netanyahu e Gallant têm se desentendido repetidamente sobre a guerra em Gaza. Mas Netanyahu evitou demitir seu rival.
Nos primeiros dias da guerra, a liderança de Israel apresentou uma frente unificada ao responder ao ataque do Hamas em 7 de outubro de 2023. Mas, à medida que a guerra se arrastava e se espalhava para o Líbano, diferenças políticas importantes surgiram.
Enquanto Netanyahu pediu pressão militar contínua sobre o Hamas, Gallant adotou uma abordagem mais pragmática, dizendo que a força militar criou as condições necessárias para um acordo diplomático que poderia trazer para casa os reféns mantidos pelo grupo militante.
Uma tentativa anterior de Netanyahu de demitir Gallant em março de 2023 desencadeou protestos generalizados nas ruas contra Netanyahu. Ele também flertou com a ideia de demitir Gallant durante o verão, mas adiou até o anúncio de terça-feira.
Conflitos em Gaza
Em 7 de outubro de 2023, terroristas do Hamas atacaram a região sul de Israel e mataram 1,2 mil pessoas. Outras cerca de 250 foram feitas reféns, de acordo com contagens israelenses. Mais de 100 reféns continuam sendo mantidos em cárcere pelo Hamas.
Segundo um balanço divulgado no início de outubro pelas Forças Armadas de Israel mostra que 782 soldados morreram em combate na guerra na Faixa de Gaza e nos ataques do grupo terrorista Hamas, ocorridos há um ano.
No território palestino, quase 42 mil pessoas foram mortas pelas forças de Israel, segundo o Ministério da Saúde.