Cuiabá, 18 de Outubro de 2024

INTERNACIONAL Segunda-feira, 14 de Outubro de 2024, 14:13 - A | A

Segunda-feira, 14 de Outubro de 2024, 14h:13 - A | A

aliado de maduro

Procurador-geral da Venezuela acusa Lula de ser agente da CIA: 'Não é o mesmo que saiu da prisão'

G1

O procurador-geral da Venezuela, Tarek William Saab, acusou o presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva e do Chile, Gabriel Boric, de serem "agentes da CIA", o serviço federal de Inteligência dos Estados Unidos.

"Quem é o porta-voz que eles colocam dizendo as coisas mais bárbaras contra nosso país através dessa chamada 'esquerda'? O senhor Boric, que agora está acompanhado por Lula. Para mim, Lula foi cooptado na prisão. Essa é a minha teoria. (...) Parte dessa chamada esquerda cooptada pela CIA e pelos Estados Unidos na América Latina agora tem dois porta-vozes, Lula, que não é o mesmo que saiu da prisão, por tudo que acusou agora, não é o mesmo em nada: nem em seu físico, nem em como ele se expressa", disse Saab.

A fala de Tarek Saab, chefe do Ministério Público venezuelano e aliado do presidente Nicolás Maduro, ocorreu durante o programa Globovision, da televisão estatal. Ele repetiu críticas feitas por ele e por Maduro à posição de Lula sobre a eleição venezuelana, ocorrida em 28 de julho --o governante brasileiro exige a publicação das atas eleitorais para reconhecer a vitória de Maduro.

O presidente Maduro foi declarado vencedor da eleição na Venezuela pelo CNE, mas as atas eleitorais não foram publicadas, o que gerou protestos da oposição e da comunidade internacional, que alegaram falta de transparência. O resultado foi referendado pelo Tribunal Supremo de Justiça (TSJ) venezuelano, que proibiu a divulgação das atas --tanto o CNE quanto o TSJ são alinhados com o regime chavista.

Saab argumentou durante o programa que Lula se elegeu apenas porque um órgão da Justiça brasileira --no caso, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE)-- validou o resultado das urnas, e que o mesmo teria ocorrido na Venezuela. Porém, as situações não são análogas.

Perseguição política

A oposição de Maduro, liderada por María Corina Machado e por Edmundo González, afirmam que González venceu o presidente no pleito e que têm provas disso. Eles publicaram as atas eleitorais de cerca de 80% das urnas do país em um site --o que rendeu investigações do Ministério Público venezuelano contra os dois e um mandado de prisão contra González.

Edmundo González buscou asilo político na Espanha no início de setembro, após passar um mês escondido em meio a perseguições pós-eleição do regime Maduro. Para o presidente venezuelano, González e Corina Machado têm que estar atrás das grades. No entanto, González disse que retornará à Venezuela como "presidente eleito" para posse no dia 10 de janeiro.

No início de outubro, o Centro Carter, organização não governamental que monitora democracias e que observou a eleição na Venezuela, apresentou as atas à Organização dos Estados Americanos (OEA) e disse que Edmundo González venceu o pleito. Anteriormente, a ONU já havia indicado segurança nas atas eleitorais divulgadas pela oposição em um relatório produzido por um painel de especialistas do órgão que também observaram a eleição. Tanto os funcionários da ONU quanto os do Centro Carter tiveram que abandonar o país após as eleições.

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