Cuiabá, 19 de Setembro de 2024

OPINIÃO Quarta-feira, 18 de Setembro de 2024, 09:11 - A | A

Quarta-feira, 18 de Setembro de 2024, 09h:11 - A | A

BÁRBARA LENZA

Para ser uma candidata mulher, basta ser mulher?

A sociedade se inflama, uma mulher, pelo simples fato de ser mulher é posta em uma posição de importância, e tudo volta à sua normalidade.

BÁRBARA LENZA

“Você tem que ver, cheirar e sentir as circunstâncias das pessoas para realmente entende-las”. – Kamala Harris.

“Precisamos de mulheres nos espaços de poder”- dizem!

A sociedade se inflama, uma mulher, pelo simples fato de ser mulher é posta em uma posição de importância, e tudo volta à sua normalidade.

Em uma sociedade estruturada pela sobreposição do masculino sobre o feminino, é comum que surjam discursos incendiados, nos chamando a atenção para a carência de mulheres nos espaços de destaque para então, alcançado o efeito manada, um sem número de pessoas passarem a ter como suas, as palavras prolatadas nesses discursos, e ainda, seguir e validar o comportamento da maioria, muitas vezes ignorando as suas próprias crenças, sem qualquer racionalidade.

Ao serem buscadas por pessoas de fora acerca da autenticidade dessa prática, aqueles que questionam as massas são surpreendidos por justificativas com atributos carregados de estereótipos de gênero, que devolvem aquela mulher ao seu devido lugar: “ela é a melhor porque é uma mulher maravilhosa, doce, mãe zelosa, esposa dedicada, que sabe ser feminina, apesar de ser uma grande guerreira”.

O enfrentamento da violência contra a mulher, especialmente a política, vem se tornando objeto de discussão, em razão da patente fragilidade dessas mulheres, que, imersas em ilusões de poder, vão se despersonalizando, masculinizando, e, quando percebem, não passam de adorno usado para apaziguar e conduzir a massa de manobra.

Acontece que isso está mudando!

De riso fácil e gestos expressivos, encontramos em uma mulher de porte austero, que evidencia a força e competência que se sobrepõe de forma a causar um incômodo difícil de se explicar, para aqueles que com ela se incomodam!
Forte, líder, competente, aguerrida, comprometida e com um poder agregador atemorizante!

“Xênia” é um nome de origem grega, que significa “hospitalidade” e “tratamento de estranhos como amigos”, não por dissimulação, mas porque sabe do seu local de fala e reconhece o seu pertencimento.

Uma verdadeira avalanche que, de cidade em cidade, com o riso fácil e gestos expressivos, se mantém líder, com a naturalidade que lhe é peculiar, é natural que Xênia incomode, contudo, da mesma forma e pelos mesmos motivos, encanta, inclusive as mulheres fortes, líderes, embativas, feministas, e que sabem da sua potência porque nela se veem refletidas e sob a liderança dela caminham tranquilamente alinhadas com os seus valores.
Trazendo à tona não só questionamentos decorrentes de sexo, gênero, classe, raça, etnia, Xênia volta o seu discurso também para a advocacia esquecida do interior, da qual fala com propriedade, porque é justamente na advocacia do interior, que ela se fez!
Presidente da subseção de Sinop na Ordem dos Advogados do Brasil, nossa candidata se tornou referência por agregar advogados e advogadas, incluindo até mesmo desafetos declarados, e atuação junto à sociedade civil!

Xênia não é mulher de ocupar espaços femininos pelo simples fato de ser mulher! É mulher de ir às escolas ensinar crianças e adolescentes que nela se espelham que o espaço está liberado: basta se capacitar, saber de si, e ocupar!
Manter-se e se fazer ouvida, ainda que num local que lhe seja seu, por direito conquistado, demandando a representatividade com pautas femininas e políticas públicas – para mulheres advogadas é um trabalho hercúleo.
Voltar os olhos para mulheres e homens advogados e advogadas esquecidos e esquecidas no interior do Estado, não só é potente, como também, e quiçá, sobretudo, humano.

Só se erradica, só se resolve, aquilo que se vê, e pela primeira vez, em muito tempo, uma candidata se atreve em lançar-se candidata à Presidência da OAB/MT, no interior, e vem arrastando, desde então, colegas para a realidade da nossa Capital, frisando sempre que as portas da OAB/MT nunca estiveram fechadas, pois ao advogado, à advogada, é direito legítimo atravessá-las. Que a necessidade de destruição de “panelinhas” não passa de retórica sem fundamentação, pois grupos são formados todos os dias, e não faz sentido proibir ou criticar o afeto da amizade e do companheirismo entre colegas.

Contudo, surpreendentemente, nessa caminhada, amizades vem sendo construídas e restabelecidas a partir da liderança que faz questão do protagonismo dos seus liderados! Ninguém fica sem brilho ao seu lado!
Xênia, de riso fácil e gestos expressivos, que faz questão de sorrindo mostrar a sua competência, força e liderança hospitaleira e agregadora, segue nos impressionando!

A paridade de gênero na representação política garante uma agenda de debates mais ampla e voz a grupos historicamente silenciados.

As práticas atuais atendem a necessidade de diversidade?

Xênia, por sua história e ousadia, nos responde que não!

E é por isso que estamos aqui!

Bárbara Lenza Lana, advogada especialista na prática da advocacia sob a perspectiva de gênero, professora, pesquisadora, e apoiadora de uma grande mulher. e-mail: [email protected]

Comente esta notícia