O estado de Mato Grosso, conhecido por sua enorme produção agrícola, está enfrentando um dos seus maiores desafios nos últimos anos: a combinação de seca intensa e queimadas. As condições climáticas extremas, marcadas pelo aumento das temperaturas e pela escassez de chuvas, têm provocado uma verdadeira crise no campo. A quebra de safra causada por esses incêndios traz consequências diretas não só para os agricultores, mas para todos nós, com reflexos claros nos preços dos alimentos e na economia.
Além das perdas imediatas de produção, as queimadas também deterioram o solo, reduzindo sua fertilidade e comprometendo a produtividade das lavouras a longo prazo. Isso significa que a recuperação dessas áreas demanda mais investimentos em replantio, fertilização e manejo. Os custos mais altos, inevitavelmente, acabam sendo repassados ao consumidor, o que faz com que o preço dos alimentos aumente ainda mais, afetando o dia a dia de milhões de brasileiros.
Os produtores atingidos por essa crise climática têm direitos que precisam ser assegurados, e o Governo tem um papel fundamental nesse processo. É essencial que esses agricultores tenham acesso a políticas de apoio, como prorrogação de dívidas rurais e linhas de crédito emergenciais com condições favoráveis, isso deverá ajudar nas perdas sofridas com as queimadas e garantir a continuidade das atividades sem comprometer a subsistência e sustentabilidade financeira do produtor rural.
O prejuízo vai muito além do campo, atingindo diretamente as cidades e afetando a qualidade de vida de toda a população. A crise climática tem mostrado que o problema das queimadas não é apenas rural, mas uma questão que diz respeito à sociedade como um todo.
O apoio ao produtor rural deve ser prioridade, pois sua luta para manter a produção de alimentos é uma questão de sobrevivência para todos nós. Garantir a continuidade da agricultura em um cenário de crise climática é proteger a segurança alimentar de toda a população.
Bruna Spagnol é advogada no Agronegócio