O dólar operava em queda nesta segunda-feira (7), conforme investidores seguiam em compasso de espera por novos dados de inflação no Brasil e nos Estados Unidos, previstos para esta semana.
Os números devem dar novos indícios sobre quais serão os próximos passos dos bancos centrais na condução da política monetária brasileira e norte-americana.
Na semana passada, números do mercado de trabalho reforçaram a perspectiva de que o Federal Reserve (Fed, o banco central dos EUA) pode reduzir o ritmo ou a magnitude do seu ciclo de cortes das taxas de juros básicas dos EUA, atualmente no patamar entre 4,75% e 5% ao ano.
Por aqui, o mercado também aguarda a sabatina de Gabriel Galípolo, o indicado do governo Lula à presidente do Banco Central (BC), que acontece amanhã, no Senado.
As tensões no Oriente Médio também continuam a pesar no mercado, conforme continuam os ataques de Israel ao Líbano.
Já o Ibovespa, principal índice acionário da bolsa de valores brasileira, abriu em leve alta.
Dólar
Às 10h05, o dólar operava em queda de 0,35%, a R$ 5,4365. Veja mais cotações.
Na sexta-feira, a moeda norte-americana recuou 0,33%, cotado a R$ 5,4555.
Com o resultado, acumulou:
- alta de 0,35% na semana;
- avanço de 0,16% no mês;
- ganho de 12,43% no ano.
Ibovespa
No mesmo horário, o Ibovespa subia 0,27%, aos 132.152 pontos.
Na sexta-feira, o índice encerrou em alta de 0,09%, aos 131.792 pontos.
Com o resultado, acumulou:
- queda de 0,71% na semana;
- perdas de 0,02% no mês; e
- recuo de 1,78% no ano.
O que está mexendo com os mercados
Sem grandes destaques na agenda desta segunda-feira (7), investidores começam a semana à espera dos novos dados de inflação no Brasil e nos Estados Unidos, previstos para esta semana.
A expectativa é que os indicadores de preços deem novos indícios sobre quais devem ser os próximos passos dos bancos centrais dos dois países na condução da política monetária.
Nos Estados Unidos, dados do mercado de trabalho norte-americano divulgados na última sexta-feira já haviam indicado que o Fed pode reduzir o ritmo ou a magnitude do seu ciclo de corte nas taxas de juros do país.
Isso porque o payroll, que reúne diversos dados de emprego do país, mostrou uma taxa de desemprego de 4,1% em setembro. Esse número representa uma leve melhora em relação ao mês anterior, quando a taxa ficou em 4,2%. O mercado esperava que a taxa se mantivesse nesse patamar.
Já o número de criação de vagas não-agrícolas ficou em 254 mil, muita acima dos 147 mil esperados e dos 159 mil registrados no mês anterior. Esses dados são importantes porque uma geração forte de empregos pode continuar pressionando a inflação no país.
Diante desse cenário, também fica no radar do mercado a ata da última reunião do Fed, que deve ser divulgada na quarta-feira. Em seu último encontro, o Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês) diminuiu a taxa básica norte-americana em 0,50 ponto percentual.
Falar de dirigentes do Fed também ficam sob os holofotes.
Ainda no exterior, a escalada dos conflitos no Oriente Médio seguem na mira dos investidores. Nos últimos dias, o Líbano tem sido albo de bombardeios aéreos de Israel, que mira alvos do grupo extremista Hezbollah.
Os ataques têm atingido também civis, e dois cidadãos brasileiros já morreram desde a intensificação dos combates, a partir do dia 20 de setembro.
Na madrugada do último sábado (5), as Forças de Defesa de Israel tentaram uma nova operação por terra. Hezbollah disse que militares israelenses tentaram se infiltrar em uma cidade do sul do Líbano, o que resultou em conflitos armados. Além disso, Beirute voltou a ser bombardeada.
No domingo (6), o avião da Força Aérea Brasileira (FAB), que fez o primeiro voo de repatriação de brasileiros no Líbano, pousou na base aérea de Guarulhos, em São Paulo. As 228 pessoas foram recepcionadas pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Já no Brasil, os dados de inflação também estão entre os mais aguardados da semana. No cenário fiscal, investidores repercutem o lançamento de novas medidas de aumento de arrecadação por parte do governo.
Na semana passada, a balança comercial brasileira reportou um superávit de US$ 5,363 bilhões em setembro. Os dados foram divulgados pelo Ministério do desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC).
A pasta também reduziu sua projeção para o saldo total no fechamento deste ano, para um superávit de US$ 70,4 bilhões. A previsão anterior era de US$ 79,2 bilhões.
Na agenda, o mercado monitora as novas projeções do Boletim Focus, do Banco Central, que registraram uma nova alta para a inflação deste ano (de 4,37% na semana passada para 4,38% no relatório desta semana).