De acordo com a TF Agroeconômica, o mercado de soja enfrenta uma série de influências que podem afetar significativamente os preços, sobretudo em função das incertezas políticas nos Estados Unidos. Atualmente, a resistência técnica em Chicago para o contrato de janeiro de 2025 está se mantendo acima dos níveis da guerra comercial de 2017, um efeito sustentado pelo bom desempenho das exportações americanas, impulsionado pela antecipação das compras chinesas devido a uma possível vitória de Donald Trump, que poderia reintroduzir tarifas contra a China. Caso Kamala Harris vença, espera-se que a maior oferta e a demanda reduzida pressionem os preços para baixo, refletindo uma tendência negativa para a soja norte-americana.
No cenário doméstico, o mercado brasileiro de soja mostra certa independência em relação a Chicago, principalmente devido à crescente demanda interna por biodiesel, o que vem sustentando preços mais elevados. A competição entre indústrias de esmagamento locais e exportadores também mantém a pressão sobre os preços, já que ambos disputam o restante da safra anterior. Além disso, o dólar em alta frente ao real beneficia a competitividade dos grãos brasileiros no mercado internacional, incentivando as vendas ao exterior.
A TF Agroeconômica destaca ainda que fatores climáticos vêm favorecendo a safra brasileira, com as chuvas em outubro regularizando o plantio de soja, especialmente em estados como Mato Grosso, onde o avanço nas lavouras já ultrapassou a média dos últimos cinco anos. Na Argentina, a situação climática também melhorou, o que deve resultar em uma produção maior do que a projetada anteriormente pelo USDA.
Essas variáveis consolidam um cenário em que a elevação dos prêmios de exportação e o câmbio favorável compensam, em parte, a pressão de baixa sobre Chicago. Contudo, a expectativa é de que a safra recorde nos EUA e o ritmo positivo de colheita pressionem os preços no mercado internacional, criando um ambiente de cautela para produtores e investidores de soja no Brasil.