No relatório mensal divulgado ontem, o USDA trouxe uma revisão significativa nas estimativas de produtividade da soja e do milho para a safra 2024/25 nos Estados Unidos. Segundo Jeferson Souza, Market Intelligence Analyst, apesar do corte nas projeções de novembro, o rendimento da soja ainda é muito bom, embora não alcance o recorde de produtividade inicialmente esperado para este ano. Esse ajuste nas estimativas mostra como o clima e outros fatores podem impactar a produção agrícola de uma safra para outra.
Em uma análise mais detalhada, Souza destacou que, desde 2000, o crescimento em produtividade da soja tem sido bastante semelhante tanto nos Estados Unidos quanto no Brasil. No entanto, um ponto importante a ser considerado é o crescimento exponencial da área plantada no Brasil nos últimos anos, o que, embora tenha aumentado a produção, também implicou em uma maior inclusão de áreas com menor potencial produtivo, afetando a média nacional. Em contrapartida, os Estados Unidos apresentaram um crescimento de área bem mais modesto, o que contribui para uma maior consistência na produtividade.
Além disso, Souza ressaltou que os efeitos climáticos sobre a produtividade são naturais, como ocorreu no Brasil durante a temporada 2023/24. Ele sugere que, para uma avaliação mais precisa, é importante analisar as médias de produtividade em períodos mais longos, considerando os impactos sazonais. No entanto, o analista acredita que o Brasil ainda possui grande potencial de crescimento. O maior desafio, segundo ele, é garantir que a expansão da oferta seja acompanhada por uma demanda correspondente, evitando assim o desequilíbrio entre produção e compras.