Segundo a análise semanal da Central Internacional de Análises Econômicas e de Estudos de Mercado Agropecuário (Ceema), divulgada nesta quinta-feira (7), o preço do milho permanece estável no Brasil. A média de preço no Rio Grande do Sul fechou a semana em R$ 65,94 por saca, enquanto em outras regiões do país os valores variaram entre R$ 53,00 e R$ 72,00 por saca. O indicador de milho ESALQ/BM&FBovespa (Campinas - SP) registrou uma alta de 13,4% em outubro, fechando o mês a R$ 72,94/saca, seu maior valor desde abril de 2023.
A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) informou que o plantio da safra de verão do milho alcançou 42,1% da área esperada até 3 de novembro, ligeiramente acima dos 40,2% registrados no mesmo período do ano anterior. O Paraná lidera a semeadura, com 97% da área plantada, seguido por Santa Catarina (90%) e Rio Grande do Sul (83%). Segundo a Conab, 12,1% das áreas já estão em fase de emergência, 85,4% em desenvolvimento vegetativo e 2,5% em floração. Analistas privados, no entanto, estimam um avanço maior, com 59% da área já plantada no Centro-Sul até o final de outubro, segundo a AgRural.
De acordo com a análise, para a segunda safra de milho (safrinha) de 2024/25, a StoneX projeta uma produção de 101,5 milhões de toneladas, 8,4% acima do volume colhido na safra anterior. A área plantada deve aumentar 0,8%, o que pode elevar a produção total para 128,5 milhões de toneladas, incluindo a safra de verão. Com isso, o estoque final de milho no país pode alcançar 19,5 milhões de toneladas, possivelmente pressionando os preços em 2024. A StoneX projeta exportações de 37,5 milhões de toneladas para a safra 2023/24.
No Mato Grosso, o Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária (Imea) sinalizou uma possível redução na área de plantio da safrinha, estimada em 6,79 milhões de hectares, devido ao atraso no plantio da soja. A expectativa é que a semeadura do milho ainda ocorra dentro da janela ideal.
No campo das exportações, o Brasil exportou 6,4 milhões de toneladas de milho em outubro, abaixo das 8,4 milhões registradas no mesmo mês do ano anterior. O milho americano, atualmente o mais barato do mundo, vem pressionando o mercado brasileiro, reduzindo o volume exportado do país. Em novembro, espera-se uma nova queda nas exportações brasileiras, com embarques estimados em 4,2 milhões de toneladas, frente aos 7 milhões de toneladas registrados em novembro de 2023. Até novembro de 2024, as exportações brasileiras devem totalizar 33,5 milhões de toneladas, abaixo dos 50 milhões de toneladas exportadas no mesmo período de 2023, marcando o fim da recente liderança brasileira no mercado mundial de milho, conforme apontaram os dados do Ceema.