A unidade do Espaço de Acolhimento da Mulher da Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do bairro Jardim Leblon entrou em funcionamento na última sexta-feira (20), com a entrega realizada pela equipe da Secretaria Municipal da Mulher.
Essa é a terceira unidade em Cuiabá, cidade pioneira que, em 2019, inaugurou o primeiro espaço específico para atendimento a mulheres dentro de uma unidade de saúde pública no Brasil.
O projeto, idealizado pela primeira-dama Márcia Pinheiro, serviu de base para o Projeto de Lei (PL) nº 2.221/2023, que garantiu a implementação desses serviços no Sistema Único de Saúde (SUS) em todo o país.
“A Prefeitura de Cuiabá foi pioneira neste projeto e agora sai na frente novamente ao colocar em prática a lei que garante esse espaço nas unidades de saúde. Já entregamos, no início do ano, o espaço da UPA Verdão e a expectativa é de que entreguemos o da UPA Pedra 90 até o dia 31”, pontuou a primeira-dama.
A equipe responsável pelo atendimento é composta por quatro psicólogas, seis assistentes sociais e quatro recepcionistas capacitadas, com perfis administrativos, treinadas para o primeiro contato. O trabalho é realizado em plantões com escalas de 12x36 horas.
“Desde que esse projeto foi implementado, eu vi o comportamento das mulheres mudar. Elas não retornaram ao ciclo de violência e perceberam a importância de seu papel na sociedade”, destacou Judá Marcondes, delegada Especializada de Defesa da Mulher de Cuiabá.
Os atendimentos no espaço ocorrem em três modalidades:
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Atendimento emergencial: destinado às mulheres agredidas que necessitam de atendimento médico especializado. Neste caso, a vítima pode procurar o espaço, que oferece discrição e isolamento para minimizar os impactos psicológicos da agressão.
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Atendimento referenciado: ocorre quando órgãos públicos, como a Defensoria Pública e Centros Especializados de Assistência Social, solicitam o acolhimento da vítima para serviços específicos, como assistência social, atendimento jurídico, médico ou psicológico.
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Atendimento voluntário: destinado às mulheres que procuram espontaneamente os serviços oferecidos pelo espaço. Este perfil é considerado um dos mais importantes, pois um dos principais objetivos é incentivar a denúncia contra o agressor e a conscientização sobre os direitos das vítimas.
“Nós queremos encorajar essas mulheres a denunciar, mas, para isso, precisamos oferecer suporte. A ideia do espaço é justamente estimular essa coragem e mostrar que há vida após a violência doméstica”, concluiu a secretária Cely Almeida.