O comunicado russo anunciando uma trégua imediata para a Páscoa, veio poucas horas depois que o Secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, e seu chefe, o presidente Donald Trump, disseram que precisariam nos próximos dias de um sinal urgente de que o Kremlin estava levando a paz a sério.
Para os defensores da Rússia, o anúncio do presidente russo Vladimir Putin neste sábado (19) parecia um aceno a Trump — mas a declaração repentina está repleta de falhas práticas, antes mesmo de sair do papel, que provavelmente será usada por Putin para apoiar sua falsa noção de que Kiev não quer que a guerra pare.
Será um pesadelo logístico para as forças da Ucrânia pararem de lutar subitamente por ordem de Putin.
Algumas posições na linha de frente podem estar no meio de confrontos ferozes quando esta ordem chegar, e uma cessação desta natureza provavelmente requer dias de preparação e prontidão.
A desinformação confundirá certamente as tropas sobre a implementação da trégua, como relatar ou responder a violações e até mesmo o que fazer quando ela terminar.
É possível que este momento prove ser um raro sinal de que os dois lados podem parar a violência por um curto período.
Mas é significativamente provável que ambos usem violações e confusão para mostrar que o oponente não é confiável.
Até a noite deste sábado (19), horário local, autoridades ucranianas relataram que os ataques russos continuavam nas áreas da linha de frente.
A atual trégua de 30 dias limitada à infraestrutura energética nasceu em condições de completo caos.
A Casa Branca anunciou que “energia e infraestrutura” estavam cobertas, o Kremlin disse haver interrompido imediatamente os ataques à “infraestrutura energética”, e a Ucrânia declarou que a trégua começou uma semana depois do que a Rússia afirmou.
Porém, a execução tem sido igualmente envolta em desconfiança e acusações de violações.