O Brasil, líder mundial na produção de soja nos últimos quatro anos, registrou exportações de US$ 42,08 bilhões até novembro de 2024, de acordo com dados da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). Apesar do desempenho expressivo, a ferrugem asiática continua sendo um dos maiores desafios para a sustentabilidade da cultura.
Causada pelo fungo Phakopsora pachyrhizi, a ferrugem asiática afeta todas as regiões produtoras de soja no país e pode reduzir a produtividade em até 90%. Segundo o Sindicato Nacional da Indústria de Produtos para Defesa Vegetal (Sindiveg), a doença foi identificada no Brasil em 2001 e se dissemina com rapidez devido ao transporte de esporos pelo vento.
O fungo responsável pela ferrugem asiática sobrevive em plantas tigueras e outros hospedeiros durante a entressafra. Esporos transportados pelo vento depositam-se nas folhas da soja e, em condições favoráveis de temperatura (18°C a 26°C) e umidade (molhamento foliar superior a seis horas), germinam e colonizam os tecidos vegetais.
Os primeiros sintomas incluem pequenas manchas na parte superior das folhas, evoluindo para lesões visíveis na face inferior, acompanhadas por urédias, pequenas saliências que liberam esporos por até 21 dias. O efeito mais devastador é a desfolha precoce, que prejudica a formação dos grãos e pode resultar em perdas de até 70% da produtividade.
Devido à alta variabilidade genética do fungo, o desenvolvimento de cultivares resistentes ainda é um desafio. Assim, o controle químico tem se mostrado a medida mais eficaz. Segundo Fábio Kagi, gerente de Assuntos Regulatórios do Sindiveg, “escolher o fungicida adequado e realizar a aplicação no momento certo, seguindo as recomendações técnicas, é fundamental para evitar a resistência do patógeno”.