Segundo informações da TF Agroeconômica, cerca de 43,5% do trigo disponível no Rio Grande do Sul já foi comprometido nesta safra. Isso inclui 1.455.000 toneladas negociadas para exportação e 240.000 toneladas reservadas para sementes ou uso em fábricas locais, deixando os moinhos com oferta reduzida. A expectativa é que, a partir de junho, o grão se torne ainda mais escasso no estado. No mercado local, as negociações para janeiro seguem travadas, com indicações de comprador na faixa de R$ 1.300,00 posto na Serra, para embarques na segunda metade de janeiro e fevereiro, com pagamento em março. Alguns negócios pontuais, próximos a moinhos, foram fechados a R$ 1.250,00 FOB para retirada em fevereiro.
Em Santa Catarina, as cooperativas ainda recebem os últimos lotes colhidos de trigo local, mas os preços são mais elevados que os do Rio Grande do Sul CIF. Os moinhos enfrentam margens apertadas, com alta procura por farelo, mas moagem reduzida, o que limita o atendimento. O trigo do RS está sendo ofertado entre R$ 1.220,00 e R$ 1.240,00 mais frete, enquanto ofertas do Paraná chegam a R$ 1.400,00 mais frete. Os preços do oeste catarinense alcançam R$ 1.450,00, já com frete, enquanto os do Rio Grande chegam a R$ 1.360,00. Apesar das dificuldades, há expectativa de que os preços se mantenham ou registrem leve queda nos próximos meses.
No Paraná, o mercado segue em ritmo lento, com moinhos aguardando janeiro para retomar as compras. A expectativa é de uma pressão de venda no início do ano para ajustar estoques. Atualmente, os vendedores pedem R$ 1.450,00 FOB, enquanto os compradores indicam R$ 1.400,00 CIF. A movimentação é limitada pelo recesso de final de ano, com a maioria dos moinhos planejando operações apenas após o período de balanço e expurgo, que se encerra entre os dias 6 e 13 de janeiro. Muitos mantêm estoques com trigo do Paraguai, Rio Grande do Sul e Argentina, enquanto esperam condições mais favoráveis para novas negociações.