Como a instituição financeira de maior autoridade no país, o Banco Central do Brasil abriu mão da comunicação formal e técnica para abordar temas relacionados à economia e educação financeira. O BC passou a utilizar uma abordagem mais descontraída e informal nas redes sociais, com o intuito de se aproximar das pessoas, especialmente das mais jovens, que dominam o universo digital.
O fenômeno #BCsincero
Uma das principais ações do Banco Central nessa nova linha de comunicação tem sido a criação de vídeos curtos e descontraídos, que têm conquistado grande sucesso nas redes sociais, particularmente no Instagram. Com a hashtag #BCsincero, o BC adota uma linguagem simples, acessível e divertida, buscando falar diretamente com o público de maneira mais próxima e autêntica.
O uso de recursos gráficos, como fotos, montagens, cortes rápidos e até emojis, além de uma narração com voz masculina semelhante ao Google Assistente, cria uma atmosfera leve e atraente para o público.
Em uma publicação recente com orientações sobre compras para a Black Friday, o #BCSincero explica como não cair nas Black Fraudes, não comprar ‘tudo pela metade do dobro’.
Os vídeos abordam finanças pessoais e temas da atualidade, e, ao mesmo tempo, buscam simplificar informações complexas. A imagem da torre da sede do Banco Central, com óculos estilizados (um meme popular), aparece sempre nos posts, gerando identificação e reforçando a identidade visual da campanha.
Temas de educação financeira
Além de abordar temas mais leves e de interesse geral, o Banco Central também utiliza a linguagem descontraída para tratar de questões sérias, como educação financeira. Em vídeos da série “BC te explica”, temas como a portabilidade de crédito, os cuidados com o golpe do Pix e como reduzir dívidas são explicados de forma simples e acessível, utilizando uma linguagem que foge da formalidade dos comunicados oficiais.
Esses vídeos têm como objetivo esclarecer conceitos financeiros de maneira leve, sem o peso técnico que costuma caracterizar os comunicados da autoridade monetária.
O impacto da Linguagem Simples
A adoção de uma linguagem simples e bem-humorada pelo Banco Central reflete uma tentativa de se conectar com um público mais amplo e diverso, especialmente o público jovem, que tem pouca afinidade com o discurso técnico e institucional. A informalidade, no entanto, não compromete a qualidade da informação, sendo uma estratégia inteligente para tornar temas complexos mais acessíveis e compreensíveis.
Essa abordagem tem gerado resultados positivos em termos de engajamento, alcançando milhões de visualizações e interações. Além disso, ao utilizar memes e um tom descontraído, o BC consegue quebrar a imagem tradicionalmente séria e impessoal da instituição, humanizando sua presença nas redes sociais.
Este é um exemplo claro de como as instituições públicas podem se reinventar na era digital, adotando uma linguagem mais simples e eficaz .
Como já abordamos anteriormente aqui nesta coluna, o ideal é sempre buscar a adequação da linguagem, para que ela seja acessível ao público. Há diversos exemplos até mesmo de documentos, como contratos, que estão sendo simplificados.
Em um cenário onde a comunicação institucional muitas vezes se distancia do cidadão, essas estratégias inovadoras criam uma aproximação com o público, tornando a informação mais próxima e fácil de entender.