De acordo com a TF Agroeconômica, a colheita de trigo no Rio Grande do Sul (RS) foi concluída recentemente, com a estimativa oficial apontando para uma safra de 3.900.000 toneladas. O mercado local, no entanto, enfrenta dificuldades. Os moinhos do estado já não estão comprando trigo em dezembro, e as negociações para janeiro são escassas. Como resultado, muitos vendedores estão direcionando sua produção para os portos. Os moinhos indicam que as entregas só serão realizadas em fevereiro, com preços variando entre R$ 1.230,00 e R$ 1.250,00 para o miolo do estado. A expectativa é de que os compradores de fora do estado voltem a dinamizar o mercado em janeiro.
Em Santa Catarina, o cenário também é lento, com os moinhos tentando se abastecer de trigo local, embora muitos ainda busquem complementação de fora. A demanda fraca por farinhas tem dificultado o andamento do mercado, e os preços estão estagnados, com moinhos indicando R$ 1.350,00 CIF para trigo diferido. No entanto, os vendedores estão pedindo valores mais altos, o que tem resultado em negociações lentas. Nos preços pagos aos triticultores, houve variações nesta semana: em Canoinhas, o preço ficou em R$ 74,00/saca, enquanto em Chapecó o valor caiu para R$ 71,00. Em Joaçaba, subiu para R$ 72,00, e em Rio do Sul, permaneceu em R$ 68,00. Em São Miguel do Oeste, o preço subiu para R$ 75,00, enquanto em Xanxerê o valor se manteve em R$ 75,00.
Já no Paraná, o mercado enfrenta a pressão da alta do dólar, que tem encarecido tanto o trigo quanto as farinhas importadas, especialmente da Argentina e Paraguai. A alta do dólar tem levado os moinhos a realizar hedge, já que a previsão é de um volume maior de importação este ano. Atualmente, o mercado paranaense está em uma fase de baixo movimento, com a maioria dos moinhos já com os espaços tomados até o final de dezembro. Os preços indicados para entregas em dezembro variam em torno de R$ 1.350,00, com pagamento previsto para janeiro. A região norte do estado vê valores entre R$ 1.480,00 e R$ 1.500,00, mas também enfrenta negociações lentas, já que os vendedores acreditam em um preço mais elevado.
