O secretário de Defesa dos Estados Unidos, Pete Hegseth, afirmou que os EUA não buscam uma guerra com a China, mas que um conflito também pode ser "inevitável", em discurso nesta quarta-feira (9).
O chefe do Pentágono, que está no Panamá para uma conferência de segurança regional, alertou que o Exército chinês "tem presença excessiva no hemisfério ocidental" e "opera instalações militares" que ampliam seu alcance.
Hegseth afirmou que, além disso, as empresas chinesas "estão se apoderando de terras e infraestrutura crítica em setores estratégicos, como energia e telecomunicações" e acusou a China de "explorar os recursos" de países da região "para alimentar" suas "ambições militares globais".
"Não se enganem, Pequim está investindo e operando nesta região para obter vantagens militares e benefícios econômicos injustos", alertou ele aos ministros, comandantes militares e autoridades de segurança da região presentes na reunião.
O secretário do governo Donald Trump também reiterou as acusações feitas pelo presidente americano de que a China tenta controlar o Canal do Panamá. Disse que o país não teria permissão para "transformar o canal em uma arma" usando relacionamentos comerciais de empresas chinesas para espionagem.
"O presidente Trump deixou claro que o Canal do Panamá e suas áreas não podem e não serão controlados pela China. Estamos trabalhando em estreita colaboração com nossos parceiros no Panamá para proteger o canal e promover nossos interesses mútuos de segurança. Juntos, estamos recuperando-o da influência chinesa", afirmou.
Estados Unidos e China estão vivendo uma grande guerra comercial neste momento. Nesta quarta-feira, Pequim aumentou novamente a tarifa aplicada a produtos norte-americanos, que agora passará a ser 84%.
A medida foi uma resposta a anúncio feito pela Casa Branca, um dia antes, da decisão do governo Trump em subir as taxas de produtos chineses para até 104% em resposta à primeira retaliação feita pela China.
Planos secretos para guerra contra China?
No dia 20 de março, o jornal "The New York Times" publicou uma reportagem afirmando que Elon Musk, chefe do DOGE e conselheiro de Trump, deveria ter acesso a um plano ultrassecreto dos Estados Unidos sobre uma possível guerra contra a China durante visita ao Pentágono.
Duas autoridades disseram ao jornal que o bilionário receberia um relatório com segredos militares sobre um possível conflito, com detalhes de alvos chineses e possíveis respostas dos EUA em caso de ameaça.
Após a notícia ser divulgada pelo jornal norte-americano, o presidente Donald Trump disse se tratar de uma fake news.
Musk também negou ter tido acesso a qualquer plano e pediu um processo contra os funcionários do Pentágono que vazaram 'informações falsas'.